Uma pequena e pacata cidade desde início do século passado vive quase congelada no tempo: fundada em 1783 atingiu suas glórias 100-150 anos depois, e desde então praticamente não cresceu mais - a sua população atual é cerca de 11 mil habitantes. Embora o seu nome indica criação de frutas "banais" como principal razão de ser, a prosperidade foi conquistada graças às plantações de café, e chegou a tal nível, que no século XIX o município emitia moeda própria e concedia empréstimos ao governo do Brasil. Mas depois ficou fora dos processos de industrialização e de modernização por motivos basicamente logísticos: as novas vias de conexão entre duas maiores cidades do país passaram um pouco distante da sua sede. Embora a ferrovia chegou à Bananal de Rio de Janeiro (180 km) ainda em 1888 e contribuiu muito para escoamento da sua produção agrícola, a sua extensão para São Paulo daqui mesmo não foi factível por causa das montanhas, portanto este ramal permaneceu como secundário. Desta forma, as vias de conexão com a capital do estado sempre foram mais difíceis, e a distância viária também é maior - 320 km hoje em dia. E isso determina um característica peculiar do município mais oriental do estado de São Paulo, cercado dos vizinhos fluminenses (3 dos 5 municípios limítrofes pertencem ao estado de Rio de Janeiro).
Bananal representa uma síntese destas duas culturas regionais muito próximas geograficamente, mas bastante diferentes em muitos aspectos. E isso serve como tempero especial aos seus atrativos principais representados pelo patrimônio arquitetônico e natural. Autênticas edificações da época cafeteira não só tomam conta da sua parte central, como também podem ser encontradas nas fazendas ao redor, que atraem cada vez mais turistas interessados nas suas tradições. E magníficas montanhas cobertas de densa vegetação, que ocupam a parte sul da área deste extenso município (612 km2), por si só justificam uma visita à Bananal. Neste pedaço se encontram as cadeias da Serra da Bocaina e da Serra do Mar - uma grande ilha da Mata Atlântica bem preservada e recheada de cachoeiras. A mais famosa dessas quedas de água é a enigmática Cachoeira do Bracuí, embora geograficamente localizada já no outro lado da divisa estadual, e também mais visível do lado do Litoral, e do lado de Bananal só é possível alcançar a sua margem superior. A sinuosa estrada SP-247 que leva da cidade até este local é asfaltada e tem uns 30 km de extensão, com desnível de mais de 900 m e muitas vistas impactantes: