terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Tutorial: entendendo placas e letreiros em Russo

"Sem medo de ser feliz", mesmo no ambiente onde tudo ou quase tudo está escrito em alfabeto cirílico, que é o caso da Rússia. Na verdade ler em russo é bastante fácil, e, lendo, não é difícil entender alguma parte. Pela minha experiência, tem que começar com o alfabeto mesmo, assim ganha chaves para primeiras portas. O cirílico NÃO é radicalmente diferente do latino, são duas derivações da mesma base – grego clássico. Portanto têm estruturas semelhantes e vários símbolos também. Alias o cirílico surgiu na Bulgária e é usado também  em alguns outros países, inclusive na parte da ex-Jugoslávia.

É necessário vencer a modesta barreira alfabética para logo desfrutar das seguintes vantagens:
- em russo o som da letra não depende de posição e vizinhança, aprendendo apenas o alfabeto consegue ler e pronunciar qq. palavra quase perfeitamente;
- essa leitura permite entender várias palavras importantes para viajante sem olhar no dicionário. O idioma russo inclui certa quantidade de latinismos, principalmente nas áreas de saúde, economia e serviços.

Ao dominar alfabeto, já começa entender algumas coisas escritas, o que faz a viagem pelo país em questão bem menos estressante. Na nossa jornada Trans-Siberiana 2011: leste - oeste tirei várias fotos com objetivo de demonstrar isso, e aproveitarei a minha coleção neste tutorial.
Mas antes de olhar ilustrações peço anotar que há 3 grupos de letras russas
1) Iguais às brasileiras pela grafia, com praticamente mesmo som (“apoio” – use diretamente)
2) Iguais às brasileiras pela grafia, mas com som “trocado” (“alerta” – use com alteração necessária)
3) De grafia diferente (“curiosidade” – descubra o som e use)

Apenas com dois primeiros passos (validar 7 letras e alterar fonética de mais 4) já consegue muitas coisas importantes, inclusive se salva da fome. A mais popular prova desta magia é a palavra PECTOPAH que pode ser vista em todas fotos desta colagem:



Para sua interpretação correta e segura, basta saber aqueles 2 Grupos de letras com grafia conhecida (nem todas, só destacadas em negrito logo abaixo).

Grupo 1:
A,   E,   K,   M,   O,   C,   T
Conforme dito acima, a vizinhança não importa, portanto C é sempre C como em “Cem” e nunca faz função de “K” que é uma outra letra. Alias, incluí K nesta lista, apesar da sua ausência no alfabeto oficial de português, por ter um som fixo e bem conhecido para brasileiros.

Grupo 2:
B – troque por V
P - troque por R
H - troque por N
X - troque por KH

Assim,
PECTOPAH -> RESTORAN 
e descobre na hora que na verdade há onde almoçar nesse pedaço.

Espero que com esta motivação já temos como encarar o alfabeto completo, completando o Grupo 3:

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Istambul quase de graça - conexão longa entre voos da "Turkish Airlines"

Istambul  merece visita de várias dias: é uma das mais importantes cidades históricas do planeta, grande metrópole, bonita e multicultural. Concentra vestígios de tantas épocas e tantos impérios que nesta parte nem tem concorrentes. Creio que se consigo passar aqui semana inteira ou férias por completo não serei decepcionado. Mas a vida é curta e tais oportunidades ainda não parecem reais, portanto não quis desperdiçar uma porção de tempo menor. Ainda levando em consideração que um dia de conexão entre voos da "Turkish Airlines" nem sempre encarece passagens por causa de pernoite incluído, mas dá oportunidade de conhecer os lugares lendários: Estreito de Bósforo com suas pontes que ligam Europa e Ásia, o incomparável templo Hagia Sophia e de quebra algumas outras maravilhas do Centro Histórico. 



Para ganhar este dia contamos com sorte: cancelamento de horário de verão na Rússia reduziu muito corrida conexão de 50 minutos na rota UFA - IST - GRU (que já testamos 3 anos antes) em conexão sem chances de voar no mesmo dia: 50 - 60 = -10. Portanto ficou em 23h50m, e ganhamos pernoite em Istambul com transfers por conta da cia. aérea.  Para usufruir esta cortesia da TURKISH AIRLINES em caso de conexão com espera de mais de 10h, além de passaporte válido existe também a exigência de embarque no primeiro dos possíveis voo para destino final, e este foi o nosso caso. Em quesito de preço também foi a mais atraente opção para dias da nossa viagem, portanto entramos neste jogo com muita disposição. 

As malas foram despachadas até São Paulo, e depois de 3 h de voo Ufa - Istambul de manhã cedo, passamos a fronteira no aeroporto de Istambul, e logo encontramos no saguão principal um guichê que atende passageiros nesta condição. Pertinho deste guichê trocamos 50 euros por Liras turcas: recebemos um mapa turístico da cidade, e 20 minutos depois já entramos no van com destino a um dos hotéis conveniados com a cia. aérea.  

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Europa extremamente Oriental

Oral (ou Uralsk, mais exatamente Ural'sk), Cazaquistão - 1 dia em julho de 2015

Esta cidade no rio do mesmo nome Ural (Oral) que delimita Europa e Ásia foi bastante visível na história do Império Russo, mais em contexto da rebelião dos cossacos sob comando de Emelian Pugachov na região dos Urais e do Volga em 1773-1774. Os cossacos (agricultores armados) começaram a explorar esta região no final de século XVI, e no ano 1584 (dois anos antes de fundação da fortaleza imperial de Samara no rio Volga) já fixaram um povoado nas margens do rio Ural. Em 1591 elem juraram fidelidade ao império, e receberam autonomia total para proteger esta região fronteiriça, que perdurou até os tempos do Pedro Grande. Em 1613 o primeiro povoado foi destruído durante um ataque dos nômades, e logo os cossacos construíram uma fortificação mais consistente 50 km rio abaixo, e assim começou a cidade atual. Cuja população cresceu moderadamente - até 230 mil habitantes, aproximadamente um milhão a menos do que em Samara.

Mais um aspecto particular: a árvore genealógica do primeiro autor acende aos cossacos do rio Ural, e este local está apenas a 260 km da sua cidade natal - Samara, RÚSSIA. Efetivamente, nos tempos da URSS foi uma das duas capitais provinciais mais próximas à Samara, junto com a Ulianovsk, mas deixou de ser visitada por uma combinação de fatores. Esta falha foi corrigida só em 2015, devido ao interesse de um grupo de amigos aos marcos geográficos de "limite entre Europa e Ásia" e já valeu uma viagem internacional. Depois de desintegração da URSS a cidade com maioria de população russa ficou no novo e interessante país chamado Cazaquistão - muito extenso, e na parte étnico-cultural claramente transitório entre a própria Rússia e a Ásia Central. 

Foi uma expedição bate-volta de domingo, no carro dos nossos amigos, e muito bem sucedida - sem dificuldades encontramos todos 4 alvos principais: rio, marco Europa-Ásia, Catedral de Cristo Salvador, e o mercado centrаl com sua abundância de frutas, batata e peixe.



De fato, o rio que aparece nesta colagem não é Ural, e a sua afluente europeia Tchagan,  mas paramos nas margens do Ural também, e avistamos оs estepes asiáticas. Mas não pisamos lá nesta vez^a cidade toda fica na Europa, menos aeroporto que foi desnecessário na nossa viagem. 

Alem desta programação básica realizamos uma série de opcionais, e deixamos boa porção de tempo para improvisos, portanto retornamos bem tarde, levando melancias, melões, e muitas boas impressões. Vale a pena relembrar alguns passos por lá... 

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Lisboa entre um voo e outro

Longa conexão em Lisboa LIS - 01.09.2019 

No final de fevereiro, de repente nos deparamos com passagens muito baratas para a Alemanha via Lisboa, e ainda com datas de julho e agosto, via de regra caras demais. Embora não foram para aeroportos mais próximos aos nossos destinos, apenas para dois um tanto distantes - Munique MUC e Frankfurt FRA: resolvemos aproveitar assim mesmo, inclusive para esticar as nossas rotas por lá. E considerando que a cidade de Munique já estava nos planos de roteiro terrestre pelo país junto com nossa família anfitriã, bem no miolo da viagem, escolhemos a Frankfurt como porta de chegada e partida. De quebra aproveitamos a sua localização para elaborar mais duas fases de roteiro interessantes: para dias iniciais e para dias finais de permanência na Alemanha.

As nossas datas de ida foram diferentes, mas planejamos voos conjuntos de volta, com uma longa conexão diurna em Lisboa - no primeiro domingo de setembro. Mas este último plano foi destruído pela inconsistência da companhia aérea portuguesa: o processo de compra e recebimento de bilhetes se transformou em um verdadeiro pesadelo, e no final recebemos apenas um bilhete  - meu (sem contar que acabou sendo pago duas vezes, e a restituição ainda não rolou). Já a minha esposa teve que comprar uma nova passagem, já com outra companhia aérea, o que tornou a chegada dela mais confortável (em Hanôver HAJ). Mas o voo de volta também arranjamos pela Frankfurt, com partida mais tarde e chegada ao destino final mais ou menos na mesma hora comigo. Foi uma grande baixa: o passeio de domingo em Lisboa agora ficou reprogramado para formato solitário.

E esta perda não foi última: a terrível TAP também atrasou o voo de Frankfurt para Lisboa tanto que das minhas seis horas efetivamente livres só sobraram quatro. Portanto, não houve tempo para muitos alvos, escolhi o objetivo principal - um objeto UNESCO e outros monumentos no distrito de Belém, às margens do rio Tejo, e me mandei para lá usando transporte público expresso. Para variar, nesta fase dos nossos contatos o Portugal deu certo.



E só depois de desbravar razoavelmente bem este teatro de operações, já no caminho de volta ao aeroporto me permiti algumas andanças pela zona central da Lisboa.

A logística desta escapada foi resolvida sem uso de metrô, embora esta modalidade também existe no aeroporto LIS: esta linha é tão torta que perde aos "AEROBUS" até em tempo de viagem, sem falar em conforto e em vistas pela janela. Já entre centro e bairro de Belém andei de trem suburbano que circula cada 20 minutos e corre mesmo.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

"Rota da Luz": peregrinação oficial de Grande São Paulo para Aparecida

Não confundir com "Caminho da Luz" no leste de Minas Gerais que existe desde 2001.

"Rota da Luz" foi implementada pelo Governo do Estado de São Paulo e faz parte de um amplo programa Caminha São Paulo, da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo. Dentro do qual foi tratada como prioritária: com objetivo de oferecer aos peregrinos ("romeiros") um caminho mais seguro e reduzir a circulação de pedestres pelo acostamento da mais movimentada rodovia do país, BR-116 Presidente Dutra nos trechos de Grande São Paulo e Vale do Paraíba.

Este traçado de 201 km começa em Mogi das Cruzes, na última estação de trens metropolitanos CPTM ("Estudantes" - linha 11, setor leste); e passa por estradas secundárias, atravessando 9 municípios: MOGI DAS CRUZES - GUARAREMA - SANTA BRANCA - PARAIBUNA - REDENÇÃO DA SERRA - TAUBATÉ - PINDAMONHANGABA - ROSEIRA - APARECIDA.

A organização segue boas receitas da maior árvore de rotas deste gênero, "Caminho da Fé": que leva romeiros à Aparecida do interior de São Paulo e do sudoeste mineiro. Há "credenciais" para colher carimbos em pontos de controle e trocar pelo certificado de conclusão no destino final, há rede de  pousadas conveniadas que oferecem hospedagem por preço fixo e amigável, bem como outros pontos de apoio, principalmente os estabelecimentos de alimentação. Já na parte de informações fornecidas esta rota é campeã. A Secretaria de Turismo disponibiliza um arquivo "Google Maps" bem completo e compreensível dentro da própria página de Rota da Luz - Apresentação:


Iniciando somente com camadas essenciais (Traçado - Hospedagem - Alimentação), mas com várias camadas complementares (Pontos Turísticos - Templos Religiosos - Saúde - Polícia - Transportes - Prefeituras) que podem ser exploradas por usuários mais avançados. O arquivo detalhado no formato .pdf que explica traçado passo a passo está disponível neste link .   E tudo isso funciona também na versão móvel, bem como os credenciais que podem ser emitidos e validados mediante um aplicativo para smartfone - "PASSAPORTE DIGITAL".

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Kazã (Kazan), Rússia

Desde o século XIX considerada por muitos como a mais interessante e mais representativa das grandes cidades da Rússia fora das duas capitais. E nos últimos anos não apenas reconfirma esta posição, mas também atrai cada vez atenção dos turistas internacionais (3-o destino que mais cresce na Europa e 8-o no Mundo no ranking TripAdvisor-2014, por exemplo). Ganhou projeção adicional ao sediar grandes eventos esportivos com Universiada-2013, Mundial de natação em 2015 e Mundial de futebol em 2018 que levaram o número anual de turistas para novo patamar - acima de 3 milhões.

Localizada junto ao foz do rio Kazanka ou Qazansu, afluente da margem esquerda do Rio Volga, 820 km a leste de Moscou, altitude do centro 60 m. É uma cidade milenar (fundada no ano 1005), multicultural e multi-confessional, exemplo de convivência enriquecedora de vários povos e dos adeptos do islã e do cristianismo.



População da cidade 1,25 milhão de habitantes (6-a do país), e 1,56 milhão dentro da área metropolitana. É um importante centro cultural, industrial (de perfil diversificado), de construção civil e do setor financeiro (3-o em giro de capital no país). Possui rico patrimônio arquitetônico, inclusive grandes objetos tombados pela UNESCO: um na área central - Kremlin (Cidadela) de Kazã - e dois nos arredores: Sviyazhsk e Bolgar.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Rota pedestre "Caminho da Luz"

Não confundir com a "Rota da Luz", também de aproximadamente 200 km, recentemente criada para romeiros que seguem de Grande São Paulo para Santuário se Aparecida.


(Fonte do mapa: http://www.caminhodesantiago.com.br/...)

O Caminho da Luz é uma peregrinação mais "puxada" e mais focada em contato com a natureza: este roteiro de  pelo Leste de Minas Gerais começa ao lado da Cachoeira de Tombos e termina no Pico da Bandeira que por muito tempo foi considerado como ponto mais alto do Brasil.

Oficializado em 2001 (ano de registro da ABRALUZ - Associação Brasileira dos Amigos do Caminho da Luz), o percurso mineiro logo ganhou a fama de “Santiago de Compostela brasileiro”, e em 2006 esta entidade foi reconhecida como de utilidade pública em níveis municipal e estadual.

O ingrediente espiritual não é ostensivo, mas continua como objetivo principal de qualquer peregrinação que sempre leva-nos à reflexão, ao encontro com o nosso eu verdadeiro (aqui e adiante citando a ABRALUZ, com maiores detalhes acessíveis pelo link).  Portanto, o nome desta rota tem duplo sentido, e a Luz Interior com certeza será fortalecida pela caminhada entre tantas luzes naturais, proporcionadas pelos fragmentos de mica e cristais emergem do solo.

Como diz a apresentação da ABRALUZ, esta região é carregada de um magnetismo que fascina a todos aqueles que têm uma sensibilidade aguçada, pois sua força telúrica abre inúmeros portais energéticos, os quais atiram os caminhantes numa viagem que ultrapassa a barreira do tempo.

O ponto final em si, ou melhor dizer o trecho final do percurso que leva ao topo, é um dos mais excitantes lugares para quem gosta de caminhar apreciando vistas panorâmicas. O pico da Bandeira com 2890 m de altitude pode ser alcançado por uma caminhada mesmo, sem elementos de escalada. Mas isso tem custo: ele é meio escondido, e não pode ser visto dos vales próximos, bem como vice-versa.



As paisagens de Alto Caparaó e arredores com inúmeros cafezais podem ser apreciadas na parte inicial da subida, e o topo mesmo oferece perspectivas mais distantes, simplesmente magníficas nas horas de sol nascente ou poente (se levar sorte com o tempo, é claro).

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Rotas pedestres "Caminho da Fé"

O famoso caminho rumo ao Santuário de Aparecida SP nos últimos anos ganhou bom suporte institucional. A entidade Associação dos Amigos do Caminho da Fé (AACF), com sede em Águas da Prata SP, cuidou de demarcação da rota Águas da Prata - Aparecida chamada "ramal principal" e das várias ramais do interior de São Paulo e de Minas Gerais que se juntam em Águas da Prata e adiante. Também disponibilizou informações sobre extensão e altimetria de cada trecho, bem como sobre infraestrutura de apoio (hospedagem, alimentação, saúde), e criou pontos de emissão de credenciais. Estes credenciais servem não apenas para colher carimbos comprobatórios da peregrinação (este termo se aplica a no mínimo 100 km de caminhada rumo ao Santuário), mas também direito à hospedagem econômica em estabelecimentos conveniados, com preços tabelados: https://caminhodafe.com.br/ptbr/hospedagem/

O conjunto das rotas e ramais se estende por mais de 1500 km, na maior parte são estradas vicinais não pavimentadas, mas há também segmentos asfaltados e segmentos de trilhas:


(fonte: AACF)

E a rota principal representa por volta de trezentos quilômetros de desafio (um pouco mais ou um pouco menos, dependendo das variantes na Serra de Mantiqueira), atravessando uma região de belas paisagens.


(fonte de fotos: AACF)

As setas amarelas ou placas de quilometragem são posicionadas a cada 2 km, além dos trevos e cruzamentos duvidosos.

sábado, 7 de setembro de 2019

Rota pedestre "Os Passos de Anchieta"

Considerado como primeiro roteiro cristão das Américas, "Os Passos de Anchieta" segue o habitual caminho do famoso padre, explorador e escritor São José de Anchieta no período de 1587 a 1595. Nesta fase da sua vida ele já ficou livre das funções administrativas de envergadura nacional, e estava dirigindo o colégio dos jesuítas em Vitória. Mas cada duas semanas visitava o seu local preferido, na atual cidade de Anchieta, aonde acabou se retirando nos dois últimos anos de vida (1595-1597).


Nos nossos tempos este caminho está bastante visível, graças às placas instaladas ao longo do percurso: com destaque para reta final:


Desde 1998 uma organização não governamental promove caminhadas religiosas de 4 dias, reunindo até 4 mil pessoas no feriado de Corpus Cristi. ABAPA - Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta conta com apoio das prefeituras, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do estado de Espírito Santo, e o evento ocorre em clima muito positivo, sem incidentes consideráveis. 

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Enigmas de San-Agustín e Tierradentro

Mochilada solo na Colômbiaem julho-agosto de 2017 - 12 dias

O principal objetivo desta viagem foi visitar as reservas arqueológicas de San Agustín e Tierradentro, Patrimônio Mundial da UNESCO. Eles estão localizados nas terras altas pitorescas, mas pouco povoadas no sul da Colômbia, nas províncias vizinhas de Cauca e Huila, a 470-570 km da capital colombiana, e 230-270 km de outra grande cidade, Cali, que usei como o principal nó da minha logístico multimodal nesta rota.

Resumo da aventura: lugares muito interessantes, pessoas amigáveis, ótima relação custo-benefício, etc. Na realidade tudo rolou ainda melhor do que foi esperado. Ambos os sítios arqueológicos mereciam uma visita detalhada, não foi à toa que reservei dois dias inteiros com três pernoites locais para cada um deles. A muito interessante por si cidade histórica de Popayán funcionou também como bom ponto de apoio para visitar ambos, a partir do qual eles estão dentro de um raio de 120-140 km.

Esboço de roteiro pelo sul da Colômbia funcionou mais que 100%, até rendeu uma folga bem aproveitada no local. Como foi visualizado antes, e o caminho mais curto de San Agustín até Tierradentro foi encontrado pela rota das cidades de Pitalito e La Plata, fazendo conexões nestas e percorrendo 170-180 km em um dia. Na saída de Tierradentro ainda parei por algumas horas para visitar a antiga pirâmide de Inza, por sorte tomei conhecimento sobre existência desta atração só no dia anterior. No final da viagem, o dia de reserva foi aplicado na visitação da Silvia, muito interessante cidade na serra entre Popayán e Cali.

Em Cali, passei apenas as últimas 24 h antes do voo de volta, e essa metrópole também surpreendeu positivamente: a sua parte central, recentemente revitalizada, agora é muito aconchegante. E ainda deu tempo para subir até mirante do Cristo - um dos pontos panorâmicos nas montanhas ao redor da cidade, já indo de táxi do hotel para aeroporto. 


Roteiro: Cali - Popayán (2 noites) - Isnos - San Agustin (3) - Pitalito - La Plata - Tierradentro (3) - Insa - Popayán (1) - Silvia (1) - Piendamó - Cali (1)

terça-feira, 16 de julho de 2019

Arquipélago de Chiloé e Lagos Chilenos

Mochilada solo no Chileem fevereiro de 2017 - 11 dias 

O motivo inspirador para esta viagem solitária foi o mais disperso dos monumentos da UNESCO no Chile - as igrejas de madeira nas ilhas Chiloé. A caminho para este arquipélago visitei a parte continental da “Região dos Lagos” e na volta não apenas ampliei a exploração do mesmo, mas também desbravei a “Região dos Rios” mais ao norte. Cada um dos quatro alvos que mirei: igrejas, ilhas, lagos, rios e cidades, merecia tal viagem, e seu efeito cumulativo foi simplesmente magnífico. E tudo isso em condições de tempo muito agradáveis: temperaturas amenas, sol brilhante (mas não abrasador!). O verão de 2017 no Trópico Sul foi monótono, e as frentes frias da Antártida não penetravam por meses, portanto este refresco nas férias foi providencial.

Roteiro:
Santiago - Puerto Montt - Puerto Varas - Petroue - Puerto Varas - Puerto Montt - Ancud - Castro - Achao - Quinchao - Castro - Dalcahue - Tenaún - Colo - Quemchi - Castro - Chonchi - Puqueldon - Castro - Osorno - Puerto Oktay - Osorno - Valdívia - Corral - Valdívia - Santiago

O mapa abaixo à esquerda apresenta a rota terrestre em toda a sua extensão, embora trechos de ônibus noturno no início (Santiago - Puerto Montt) e no final (Valdívia - Santiago) eram partes da logística global - poderia ir também de avião, ou pelo menos em um dos sentidos, mas em ambos os casos, os horários e as tarifas estavam a favor de ônibus.



A zona dos meus interesses nesta viagem  lá é delineada com moldura roxa, e a zona de atenção especial (no arquipélago de Chiloé - parte 2 do roteiro) com moldura vermelha dentro dela. E essa parte do mapa é representada no esquema central em uma escala mais adequada. A complementação  à direita apresenta a zona continental que explorei indo para ilhas (parte 1) e na volta de lá (parte 3)

Começarei o resumo visual não com o objetivo principal e não com as belas paisagens esperadas: como sempre, vamos procurar atrações, mas encontramos muito mais - também encontros com pessoas interessantes e com um novo ambiente social. As minhas lembranças deste gênero ficaram gravadas mais ou menos assim:



No tocante das 16 igrejas de madeira que compõem o objeto UNESCO No.971, nesta vez visitei 10 dessas, inclusive sete também por dentro e mais três só na parte externa :

quarta-feira, 3 de julho de 2019

A melhor fachada urbana no Rio Volga


Essa, é claro, é a minha opinião subjetiva, mas uma análise objetiva da questão mostrará que, de todas as cidades da região do Volga, é Samara que tem a orla mais bem arrumada, com avenidas beira-rio mais extensas e mais atraentes.  Esta cadeia de passeios públicos recheados de praias não para de crescer,  e seus novos elos são mais largos - verdadeiros parques costeiros. Convido para uma caminhada pela margem do Rio Volga, tomando como ponto de referência a Praça de Revolução (Alekseevskaya) no Centro Histórico, donde desceremos para Volga pela Rua Ventsek.

Em Samara da minha infância (então Kuibychev), houve apenas uma alameda beira-rio, atualmente chamade de "Velha", que se estendia ao longo da Rua Maxim Gorkiy entre Ruas Nekrasovskaya e Vilonovskaya, apenas quatro quarteirões que pareciam tão compridos (na verdade, é pouco mais de um quilômetro). Duas quadras de Nekrasovskaya a Ventsek foram ocupados pelos atracadouros e pavilhões do porto de passageiros, e o porto de carga se estendia da Rua Ventsek até a foz do rio Samara ("Samarka"). Naquela época uma parte dos terminais de carga foram transferidos para margens do Rio Samara e no segmento de 600 metros de Ventsek a Komsomolskaya surgiu o complexo do novo terminal fluvial de passageiros - com construções  modernas e com muros de atracação adaptáveis para vários níveis entre cheia e vazante do rio.



Na temporada de navegação esta área é de agito permanente, e movimentação de belas embarcações impressiona.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Região de Santa Rosa e rota pelo rio Paraná até Rosário

Mochilada multimodal a dois pelo noroeste do RS e pela sua vizinhança na Argentina (Misiónes - Entre Rios - Santa Fé),
10 dias em dezembro de 2016

O recesso natalino e as "milhas" quase vencidas da TAM inspiraram busca pelos bilhetes gratuitos (fora taxas de embarque) utilizáveis neste período. Antes, depois e no meio entre feriados as tarifas eram simplesmente inacessíveis, mas nos próprios dias 24 e 31 de dezembro houve algumas exceções. Não promocionais, apenas manutenção das tabelas básicas, portanto as nossas cotas cabiam só ida ou só volta. Optamos pela volta de Rosário para São Paulo no dia 31 de manhã, para ir até Rosário por terra com paradas nos lugares de nosso interesse. Logo compramos passagens de ônibus São Paulo - Santa Rosa RS, a seguir reservamos hotel em Santa Rosa por 3 noites e aluguel de carro  nesta cidade (2 diárias), deixando o restante em aberto. No final tudo deu certo: depois de visitar colônias russas e alemãs na região de Missões RS, esticamos a cadeia de ônibus regulares até Rosário, conhecendo no caminho 4 outras cidades interessantes da Argentina. A travessia do Rio Uruguai de balsa na fronteira Brasil - Argentina adicionou uma nova experiência logística à nossa bagagem de aventuras.



Rota (pernoites):  Taubaté - São Paulo - (ônibus noturno) - Santa Rosa  (3 noites, com rodagem no raio de 60-70 km) - travessia de fronteira Porto Mauá RS - Alba Posse ARG - Oberá (1 noite) - Posadas - (ônibus noturno) - Paraná - Santa Fé (1) - Rosário (1) - (noite no aeroporto e no avião) -  São Paulo - Taubaté

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Motivação para viagens: Patrimônio de Humanidade UNESCO na América do Sul

Viktor Pastoukhov, estratégia pessoal de exploração da América do Sul




A lista dos Monumentos de Patrimônio de Humanidade UNESCO inclui mais de mil elementos, por hoje o número exato é 1121 (sempre sujeito à atualização). A contribuição sul-americana ainda é desproporcionalmente modesta: apenas 75 registros, embora alguns são compostos por séries de objetos locais. E até existem dois monumentos, um deles simplesmente gigante:

Qhapaq Ñan, Andean Road System - sistema viário dos incas em Andes (No.1459). É uma grande rede com mais de 6 mil km de estradas e 273 locais espalhados pelo território de 6 países - ARGENTINABOLÍVIA, COLÔMBIA, PERUCHILE e EQUADOR

O segundo monumento transfronteiriço é mais compacto e envolve apenas ARGENTINA e BRASIL. Será que são as famosas Cataratas de Iguaçu / Iguazú no rio com mesmo nome que marca parte norte da fronteira entre dois países? Não! Esta maravilha mereceu dois registros "nacionalizados" (respectivamente No.303 e No.355) devido às grandes áreas de proteção ambiental em dois parques nacionais. Mas quase na mesma região há um monumento histórico registrado ainda antes, sob No.275: Missões jesuíticas nas terras dos índios guarani: San Ignacio Miní, Santa Ana, Nuestra Señora de Loreto, Santa María la Mayor (Argentina), São Miguel das Missões (Brasil). Este monumento inclui 5 objetos com distâncias de dezenas e até centenas de quilômetros entre si. Nota-se que a herança da Companhia de Jesus compõe também no mínimo 3 outros monumentos de Patrimônio Histórico de Humanidade na América do Sul e todos incluem vários objetos, embora não são transfronteiriços:  No.529 na Bolívia (6 objetos), No.648 no Paraguai (2 objetos - único registro paraguaio na lista UNESCO) e No.995 na Argentina (6 objetos).

Nos últimos anos surgiu também um monumento intercontinental, em homenagem do arquiteto Le Corbusier (No.1321), mas a contribuição da América do Sul neste é limitada pela Argentina, portanto aqui estará na conta deste país.

A distribuição do monumentos UNESCO pelos países da América do Sul agora é assim (contando os transfronteiriços para cada país e em parênteses sem os mesmos): Brasil - 23 (22); Peru - 12 (11); Argentina - 11 (9); Colômbia - 9 (8); Bolívia - 7 (6); Chile - 6 (5); Equador - 5 (4); Venezuela - 3; Suriname - 2; Uruguai - 2; Paraguai - 1.

Ideia principal deste plano: uma série de viagens com foco principal ou secundário em visitação destes monumentos UNESCO na América do Sul e compartilhamento dessas experiências com todos adeptos de mochiladas. Não só na forma de relatos de viagens, mas também por meio de novos cartões de visita das localidades em questão e das dicas de logística. Nada de extremismo: outros destinos interessantes  serão agregados no máximo aos roteiros motivados pela estratégia apresentada, enquanto os monumentos UNESCO jamais serão ignorados se estiver por perto. 

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Duas lendas do Maranhão

Mochilada a dois pelo norte do MA, 6 dias em fevereiro de 2018

Foi uma viagem bastante curta e sem percorrer grandes distâncias por terra, mas ficou gravada na memórias pelas impressões intensas e muito especiais, simplesmente incomparáveis. Dos nossos seis dias na faixa litorânea do estado de Maranhão  um e meio dedicamos ao Centro Histórico de São Luís, tombado pela UNESCO como monumento de Patrimônio de Humanidade, e mais quatro no Parque Nacional Lençóis Maranhenses e na sua vizinhança - com aquelas paisagens incríveis e com uma combinação improvável de ecossistemas milagrosamente misturados nesta região. O nosso plano inicial, que surgiu em torno das passagens aéreas promocionais (só R$ 800 por dois de ida e volta GRU-SLZ-GRU!) compradas com certa antecedência, funcionou muito bem, e na realidade tudo foi até mais fácil e acessível. As famosas atrações do Maranhão valeram a pena mesmo, e a região como um todo agradou e intrigou: surpreendentemente autêntica e receptiva. Portanto já temos planos de explorar mais as belezas do Maranhão, inclusive longe da Costa Atlântica, e também de conhecer o Litoral de Piaui, vizinho de Lençóis Maranhenses.



Crônicas diárias (de 1 a 6 de Fevereiro de 2018):

Dia 1-o: Chegada em São Luís, Centro Histórico.

Dia 2-o: Centro Histórico и прибрежные бульвары São Luís.

Dia 3-o: Viagem de van de São Luís para Barreirinhas de manhã, à tarde excursão para Lagoa do Peixe.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

São Luís - MA

Apelidos e títulos informais: "Jamaica Brasileira", "Ilha do Amor", "Atenas Brasileira", "Cidade dos Azulejos", "Capital Brasileira do Reggae", "Ilha Magnética", "Capital da França Equinocial", "Ilha Bela", “Ilha Rebelde".

Quase metade destas etiquetas começam com palavra "Ilha": e a capital do Maranhão realmente fica numa grande ilha conhecida como Upaon-Açu, embora no cotidiano isso é pouco perceptível. A impressão é de uma ampla península entre duas proeminentes baías do Oceano Atlântico: o canal transversal é estreito, e não faltam amplas pontes que conectam seus dois lados. Então, a maior ilha urbanizada do Nordeste está associada ao Amor, ao Magnetismo, à Beleza e à Rebeldia - uma combinação muito inspiradora para viajantes românticos.

A palavra "Capital" também foi reincidente: tanto do reggae (mas brasileiro), quanto da França (mas equatorial), e também por merecer. O primeiro destes dois títulos capitais combina muito bem com o apelido No.1 da lista toda, e a São Luís realmente esbanja um colorido pseudo-jamaicano. E o segundo evoca a especialíssima história de fundação desta cidade.

Antes de mergulhar nestes registros, cabe vistoriar os apelidos restantes. A analogia de Atenas parece pretensiosa demais, deixaremos do lado. Agora, os Azulejos é algo muito relevante: o Centro Histórico  (tombado pela UNESCO em 1997 sob No.821), é recheado com estes materiais de acabamento  desde a época colonial - na maior parte de origem portuguesa, mas não exclusivamente.



O forte Saint-Louis foi fundado no ano 1612 por uma expedição francesa sob comando do Daniel de La Touche, conhecido também como Senhor de La Ravardière, e o seu nome, que homenageia o famoso Louis IX (1214-1270), evocava também o então rei da França - Louis XIII.  

Os portugueses, que já tentaram se fixar neste pedaço uns cinquenta anos antes, partiram para contraofensiva, em em três anos expulsaram franceses da toda zona equatorial da América do Sul. Logo eles começaram expandir e intensificar o seu controle sore estes territórios, usando o forte de São Luís e a cidade formada em torno dele como sua base principal.  Mas em 1641-1644 houve outra invasão, nesta vez holandesa, cuja ocupação terminou em uma batalha destruidora. 

A cidade foi reerguida de novo, e por muito tempo se tornou capital da parte norte das colônias portuguesas na América (a parte sul estava sendo administrada via Salvador). Já nos tempos do império e da república a sua importância se tornou mais local, e o seu desenvolvimento andou em marcha lenta. Portanto acabou não atingindo tamanho de algumas outras capitais de Nordeste, e a sua componente histórica é relativamente mais pesada. Entretanto, a São Luís de hoje é uma grande cidade (1,1 milhão de habitantes), e em termos de qualidade de vida é considerada como terceira ou quarta em todo Nordeste do Brasil. A sua herança histórica está atraindo interesse cada vez maior, e as belezas da região maior ainda, portanto vale a pena visitá-la.

sábado, 30 de março de 2019

Andaluzia imperdível

Mochilada a dois pelo sul da Espanha, 12 dias em março de 2018

Nesta viagem pelas riquezas históricas e naturais da Andaluzia visitamos nove cidades e um parque nacional - inclusive 5 objetos de Patrimônio da Humanidade UNESCO. Houve seis locais de pernoites (11 no total). Andamos quase mil km de trens de diversas categorias, de ônibus, e até de barco - tudo de dia e com ótimas vistas: muitas paisagens marcantes ficaram gravadas na nossa memória. Os voos entre Madrid e Sevilha também foram interessantes, e a Espanha foi nono país onde utilizamos transporte aéreo doméstico.

Roteiro: (Madrid - Sevilha -) Córdoba (2 noites) - Granada (3) - Antequera (1) - Ronda (1) - Cádis - Jerez de la Frontera (2) - Sanlúcar de Barrameda - PN Doñana - Jerez de la Frontera - Sevilha  (2) - Madrid



Giramos esta volta no sentido horário. Todos nove alvos que aparecem neste mapa valeram a pena, bem como a capital da Espanha que ficou fora do quadro. 


Estamos felizes por aproveitar tão bem todos esses dias, e temos intensão de continuar conhecer a Espanha num futuro próximo, em porções regionais mais ou menos de mesmo tamanho como nesta vez.


Breve diário 

19.03.18. De manhã conexão rápida no aeroporto de Madrid MAD e voo curto até Sevilha SVQ. Ônibus "shuttle" até o terminal ferroviário, e trem expresso até Córdova. Check-in no hotel para 2 pernoites e início dos passeios pelo centro histórico da cidade - um importante monumento de Patrimônio de Humanidade UNESCO.  

domingo, 3 de março de 2019

Barreirinhas - MA

A cidade de Barreirinhas na atualidade é a melhor base para visitação das dunas e lagoas do incrível parque nacional Lençóis Maranhenses e das suas vizinhanças orientais. Foi fundada em 1938, nas margens do sinuoso rio Preguiças, a algumas dezenas quilômetros do seu foz. Distância rodoviária da capital do Maranhão, milionária cidade de São Luís é cerca de 250 km, tudo asfaltado. A população de Barreirinhas já supera 60 mil habitantes - a maior cidade no Nordeste do Maranhão, bem como em toda faixa litorânea desse estado fora da região metropolitana de São Luís.


Esta cidade surgiu a partir dos povoados de pescadores, e o setor pesqueiro da sua economia  continua em pleno crescimento, graças às riquezas do potente rio Preguiças e à proximidade do Oceano Atlântico. Já o setor turístico cresce mais rápido ainda, e estes dois pilares econômicos de Barreirinhas demonstram boa sinergia.

O que simboliza este passeio beira-rio construído sobre palafitas junto ao centro comercial: nos últimos anos ele se transformou em maior referência da cidade. Nos fundos pode ser vista uma duna - "versão demo" das fantásticas vizinhanças, na maior parte protegidas pelo parque nacional:



Entre a duna e o passeio beira-rio se concentra boa parte dos atracadouros para embarcações de pesca, e junto às palafitas predominam as "voadeiras" turísticas. À direita aqui se encontra uma agremiação dos restaurantes turísticos: e estes dois são bastante representativos:

domingo, 17 de fevereiro de 2019

PN Lençóis Maranhenses - MA

O parque nacional Lençóis Maranhenses fica na Costa Atlântica, no nordeste do estado de Maranhão. Foi criado em 1981 e possui área de 155 mil hectares (1,55 mil quilômetros quadrados), sendo mais de 90 mil hectares de dunas móveis e de lagoas temporárias ou permanentes entre essas dunas. 



Ainda não foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, mas  no Brasil é muitíssimo bem cotado. Varias pesquisas de opinião colocam Lençóis Maranhenses na primeira dezena das melhores atrações naturais, e o tradicional "Guia 4 Rodas" inclui este fenômeno na seleta lista de atrações "5 estrelas".

O território do parque nacional começa a uma centena de quilômetros ao leste  da capital maranhense, milionária cidade de São Luís, e se estende para leste por mais uma centena de quilômetros. No seguinte mapa da Google ele é destacado pela cor verde mais escura:

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Fim de semana em Santiago e Valparaíso

Passeio a dois nChile, 4 dias em maio de 2012

Foi uma viagem curta e bastante espontânea, mas acabou valendo mesmo, até diria que foi eficiente ao extremo. Não apenas conseguimos aplicar muitíssimo bem as milhas TAM que ameaçaram caducar, mas de quebra iniciamos a exploração de mais um país interessante, aonde voltaremos com certeza. Já nesta primeira investida conhecemos a sua capital Santiago e mais um par de cidades muito especiais do litoral: o balneário de Viña del Mar e o nosso alvo principal - porto histórico de Valparaíso:


(monumento de Patrimônio da Humanidade UNESCO - whc.unesco.org/en/list/959)

Os cartões de visita elaborados após esta viagem: Valparaíso - Santiago - Viña del Mar

Um prêmio extra - desfrutamos dois fantásticos voos diurnos entre São Paulo e Santiago (ida e volta): com widebody В777, na janela do lado de sombra, sem interferência de asas (especialmente para isso escolhemos lugares na cauda). Conseguimos não só reconhecer de cima algumas cidades memoráveis, como também apreciar as maravilhas dos picos nevados da Cordilheira de Andes e a grandeza do Rio Paraná. Entre estas duas marcas imponentes curtimos tantas atrações do Cento-Oeste argentino, que um dos dois no mesmo inverno foi até lá por terra (Córdoba e região, Rosário, Buenos Aires), e dois anos depois ampliou a sua zona de exploração nesta região.  

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

O Uruguai turístico: Montevidéu, Colônia e Punta

Passeio a dois pelo sul dUruguai, 5 dias em outubro de 2010 

Foi uma viagem romântica, para comemorar aniversário de 50 anos de um os participantes. De jeito “mochileiro plus”, quero dizer, com pouca bagagem (mochila leve mais uma bolsa de mão, menor ainda), mas com hotel reservado antecipadamente, netbook a disposição e mais algumas mordomias. 
Formalmente deveria escrever “4,5 dias”, já que voltamos com voo de tarde. Mas gostamos tanto de aeroporto MVD Carrasco e das vistas de janela, que curtimos o Uruguai até o último instante, e as paisagens da Serra Gaúcha na sobremesa. Nesta vez resolvemos ficar com base na capital, reservando 4 noites no bem recomendado hotel Palacio, http://www.hotelpalacio.com.uy/por/hotel-palacio-uruguay-index.php , 35 dólares por noite, sem café d.m., ap-to matrimonial com amplo banheiro (até houve banheira grande) etc.

Objetivos principais: visitar a cidade histórica Colônia del Sacramento, naquela época o único monumento de Patrimônio de Humanidade no Uruguay (whc.unesco.org/en/list/747) e dois outros centros turísticos desse país.  
Roteiro: aeroporto - Punta del Este - Montevidéu - Colônia del Sacramento - Montevidéu - aeroporto
Extensão: uns 660 km, sem contar andanças dentro as cidades.
Meio de transporte principal: ônibus interurbano, suburbano e urbano.



Dia 1º (quinta-feira 14.10.2010)

Voo noturno com pouso às 02:30, desembarque e formalidades sem demora. Trocamos só R$ 150 para começar as atividades. Na verdade, R$ 100 já seria suficiente, o câmbio de aeroporto estava abaixo de expectativa (9,35 peso por real). Conferimos local e horário de ônibus e descansamos um pouco. Às 5:05 embarcamos para Punta no 1-o ônibus do dia, Montevidéu - Punta via aeroporto, Cia. COT http://www.cot.com.uy/ . A rota é servida também pela Cia. COPSA http://www.copsa.com.uy/home.shtml Passagem 149 peso, tanto do terminal Tres Cruces, como do aeroporto, todos ônibus têm wi-fi a bordo.

Chegamos em Punta às 6:45, assistindo o sol nascer entre dedos da escultura na Playa Blava.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Primeira aventura nas alturas: La Paz e Titikaka

Mochilada a dois pelo norte da Bolívia, 7 dias em outubro de 2004

De grosso modo, esta viagem de uma semana em outubro de 2004 foi a nossa primeira incursão séria para fora do eixo Brasil + Rússia.  As dicas de um amigo brasileiro bem experiente no Altiplano Boliviano foram inspiradoras e de grande ajuda, tiramos proveito também de algumas materiais de uma revista para turistas independentes. Essa também foi nossa primeira experiência na utilização das milhas acumuladas em voos entre Brasil e Rússia: uns 20 mil milhas no programa da VARIG - Star Alliance foi suficiente apenas para uma viagem continental dentro da América do Sul. Entre vários destinos disponíveis e interessantes exatamente a La Paz aparentava o mínimo de custos  adicionais com hotéis e excursões. Por exemplo, em Santiago de Chile tais custos matariam uma das duas passagens grátis, porque somando preço da outra passagem eram comparáveis ​​ao preço de dois  pacotes turísticos completos, com passagens aéreas incluídas.

Além das passagens aéreas de ida e volta e de uma lista das principais atrações do pedaço não programamos mais nada com antecedência, e não reservamos nem hotéis, nem excursões. Como resultado, todas as metas foram alcançadas, e ainda guardamos muitas impressões incomparáveis.



O cronograma ficou assim:

09.10.2004. Primeiro dia na Bolívia: aeroporto El Alto e cidade de La Paz.

10.10.2004. Viagem de ônibus até Сopacabana, encontro com o Lago Titikaka, trilhas no entorno.  


11.10.2004. De barco pelo Lago Titikaka, com várias paradas na Ilha de Sol e uma na Ilha de Lua.
Copacabana, Isla del Sol e Isla de la Luna, Lago Titikaka

12.10.2004. Passeios em Copacabana e retorno para La Paz.

13.10.2004. Excursão de meio-dia no sítio arqueológico de Tiwanaku, tombado pela UNESCO.  À tarde mais uma rodada de museus em La Paz.
   
14.10.2004. Meu aniversário nas alturas: excursão para Pico de Chacaltaya (5400 m), via "Valle da la Luna"

15.10.2004.  De manhã passeios em La Paz: à tarde voo para São Paulo. 

sábado, 12 de janeiro de 2019

Punta Tombo - uma metrópole de pinguins e seus vizinhos

22 de janeiro de 2016. Esta pequena mas densamente povoada reserva natural ainda não tem o estatuto de Monumento da Humanidade UNESCO, e nem mesmo de um parque nacional, ela foi estabelecida pelo governo provincial de Chubut. Localiza-se a cerca de 200 km (em linha reta) ao sul do gigantesco e famosíssimo Parque Nacional da Península Valdés, conhecido também como o limite norte do areal atlântico dos pinguins de Magalhães. Mas a maior colônia desses pinguins no mundo é exatamente a Punta Tombo, que conta quase 400 mil habitantes. Seus ninhos são distribuídos ao longo da faixa costeira com cerca de 3 km de comprimento e com largura de até 600 m.

De acordo com a lógica do nosso roteiro de norte a sul, esta visita foi prevista para o dia seguinte - após a excursão pela Valdés, e aproveitada também para mudança de hotel: saindo de Puerto Madryn e chegando em Trelew. Mas por causa da tempestade que ocorreu no dia anterior, as estradas da península estavam interditadas e tivemos que fazer uma permuta que estendeu a nossa romaria pela Patagônia em centenas de quilômetros. Mas não se perdemos nenhum dia, e agora já estamos em Punta Tombo.



Esta é uma verdadeira cidade de pinguins, mas para seres humanos que visitam esta reserva natural lá dentro existem várias trilhas, calçadas e passarelas:

sábado, 5 de janeiro de 2019

A nossa expedição pela Patagônia argentina

Mochilada a dois pelo sul da Argentina, 16 dias em janeiro-fevereiro de 2016

Finalmente conseguimos realizar este plano: o roteiro básico foi detalhado ainda no fim de 2010, mas houve um contratempo na  hora de comprar passagens, seguido por outros motivos de adiamentos.  E nossa paciência valeu a pena, quando este plano amadureceu o suficiente deu tudo certo. Foi muito bom sem pressa atravessar estas regiões incríveis, andar por aquelas trilhas... Gostamos tanto dos três destinos-alvos (tombados pela UNESCO), quanto dos lugares que serviram de conexão entre estes.



O roteiro terrestre foi formatado de acordo com passagens aéreas espertas: não apenas ida e volta entre São Paulo e Buenos Aires (GRU-AEP-GRU), mas com acréscimo de mais um voo interno El Calafate  - Buenos Aires (FTE-AEP) no penúltimo dia, este último saiu quase de graça - por volta de R$ 100 por pessoa. Assim reservamos 15 dias para ir por terra da capital argentina ao sul, tentando conhecer tudo do mais interessante que estiver pelo caminho, incluindo obrigatoriamente os três monumentos de Patrimônio da Humanidade nesta parte da Argentina. E a nossa  trajetória real foi de modo geral conforme previsto (Plano de aventura na Patagônia: 2 semanas a partir de 20.01.2016), mas a rodagem total ficou maior - quase 5 mil km. Isso foi devido basicamente às longas esticadas bate-volta entre cidades de apoio e atrações principais, com contribuições de uma interferência climática e de algumas particularidades das linhas de ônibus na Patagônia.   

Rota (pernoites): 
Buenos Aires - (ônibus noturno) - Puerto Madryn (2 noites) - Península Valdés - Trelew (1) - Gaiman - Comodoro Rivadavia (1) - Las Heras (1) - Perito Moreno (1) - Cueva de las Manos, Rio Pinturas - (ônibus noturno) - El Chaltén (1) - El Calafate (5 noites, com excursões pelas geleiras) - voo interno - Buenos Aires (1)


Conexões de ônibus entre Buenos Aires e El Calafate

Fotos da Província Chubut:
Puerto Madryn - Península Valdés - Punta Tombo - Trelew - Gaiman - Comodoro Rivadavia

Fotos da Província Santa Cruz:
Las Heras - Perito Moreno (cidade) - Cueva de las Manos, Rio Pinturas - El Chaltén e suas trilhas - Geleira Perito Moreno, parte terrestre - Geleira Perito Moreno, parte aquática - Estancia Cristina - Lago Argentino, Braço Norte - El Calafate

Fotos aéreas:

FTE-AEP A320 LAN - AEP-GRU A320 TAM


Breve diário anotado no caminho:


20.01.2016.  NEGÓCIOS EM BUENOS AIRES

A capital da Argentina já desbravamos razoavelmente bem em 2012-2013, e nesta vez o principal negócio foi a conexão intermodal: de avião para ônibus com 5 horas entre a chegada para o Aeroparque AEP e a partida do principal terminal de ônibus Retiro. Desembarcamos na hora programada, rapidamente passamos pela fronteira e pela alfândega, já que carregamos apenas a bagagem de mão - uma modesta mochila e uma pequena bolsa.  Meia hora depois, já estávamos na rodoviária, chegando em um ônibus urbano comum. Confirmamos na bilheteria da empresa DON OTTO a validade das passagens compradas pela Internet, recebemos números das possíveis plataformas de embarque, e deixamos a bagagem no guarda-volumes automático.

Então sobrou um tempinho para negócio número dois: andamos pelas praças e ruas do centro, almoçamos, compramos provisões para a viagem e, o mais importante, visitamos uma das agências de viagens. Lá apreciamos os preços argentinos de excursões em El Calafate, o último e principal destino do nosso roteiro, e entendemos que desistimos das compras antecipadas pela Internet com toda razão. No fim das conversas compramos em Buenos Aires apenas 2 tours diários: o básico e o um dos três que foram visados além dele - aquele que registrou a maior quada de preço. Mais uma excursão foi simplesmente excluída, já que, em muitos aspectos, ela repetia partes dessas duas, e um dia livre seria bem vindo. Já a decisão sobre mais uma opcional, como, por exemplo, de invadir o Chile (PN Torres del Paine próximo à fronteira), foi adiada até os últimos dias da viagem.