...continuamos passeio pela cidade, voltando para margem direita do Rio Vermelho, onde fica a parte mais nova do Centro Histórico. Mas a primeira construção que encontramos, conhecida como casa da Cora Coralina (1889-1985), de fato é uma das mais antigas na cidade, é datada de 1770. Com quase 2 séculos e meio de idade, já foi feita de mesmo jeito como a maioria das casas vizinhas. E nunca sofreu reformas ou reconstruções, apenas passou pelas reparações cosméticas.
A sua última proprietária nasceu nesta casa, e faleceu também aqui. E viveu quase 100 anos... Mas a maior parte desta vida passou nas grandes cidades, o que resultou em uma biografia rica e turbulenta. Entretanto, a Cora ficou famosa só depois que voltou a cidade de Goiás, arrumou a velha casa e começou refletir sobre experiências da vida, na forma poética. O seu primeiro livro de poemas publicou já na idade de 75 anos... Assim, a vida da cora Coralina é mais uma ponte que liga épocas tão diferentes, que parecem ser muito distantes. Mas esta distância é uma ilusão, tudo existe aqui e agora, para sentir isso apenas precisamos pensar um pouco. E para pensar precisamos parar, há lugarem mais próprias para isso. Assim são os monumentos históricos, onde a memória do passado continua viva...
Para mim, a mais clara imagem disso é assim:
A água nesta casa vem direto da nascente que fica nas montanhas próximas.
Naquela época não existiram coisas como rede pressurizada de água e tratamento de água coletada nos rios turvos, atributos das metrópoles atuais. Nem houve necessidade. Pensando bem, isto nunca foi necessário, já que justamente metrópoles se tornaram vilões da nossa civilização, e o que facilita crescimento das enormes cidades, complica a vida do ser humano. А водопровод был уже в 18-м веке и по-прежнему работает, снабжая чистейшей водой жителей этой самой «исторической части города», которая упорно считает себя не историей, а настоящим.
Entretanto, o sistema de abastecimento de água existe na vila Boa de Goiás desde século 18 e continua fornecendo aos moradores a água pura da montanha. Por ironia de destinos, a água de nascente já voltou a ser valorizada. Mas poucos podem se permitir o luxo de colher a água potável direto na fonte natural, é um privilégio dos poucos, quem entende e prioriza o que é importante. Já morar ao pé de montanhas virgens e receber esta água em casa por um cano de algumas centenas de metros, é um verdadeiro sonho. E cada vez mais pessoas começam a sonhar com uma vida assim...
Enquanto isso, o evazamento de água mineral em garrafas plásticas se torna uma das atividades econômicas cada vez mais relevantes e lucrativas. E, já que a nossa civilização é pervertida mesmo (diplomaticamente falando, "não é sustentável") uma das mais antiecológicas, observando a poluição com embalagens jogadas em tudo lugas, e a poluição pelo transporte a diesel que leva esta água longe nas nascentes. Assim, a água mineral que chega às metrópoles é cara e contribui para enchentes locais. E nesta cidade histórica continua uma solução sustentável, sim.
Saindo da casa para rua lateral...
A vista desta rua é mais formal, apenas um museu.
E as lojas de artesanatos estrategicamente tomaram posições em frente.
Mas da ponte parece que a própria Cora em persona continua olhando pela janela...
Agora iremos mais ao fundo, onde já podemos ver uma imponente igreja.
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, de estilo neogótico. O seu nome sugere patrocínio aos escravos, mas esta região praticamente não experimentou a escravidão. Mas vários ex-escravos depois de libertação buscaram aqui algum trabalho remunerado.
Este prédio foi construído em 1934, depois que desabou a original de 1761.
Em frente a igreja há uma simpática praça com monumento.
Aqui está a casa de mais uma personalidade famosa.
O Fórum está do outro lado da igreja, este pedaço é um dos mais imponentes na cidade.
Simbolicamente, aconchegantes ruas que começam aqui, logo apontam nas verdes montanhas que cercam a cidade, um patrimônio inestimável.
Fotos do autor
Atualizado 14.12.2018
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