quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pela Chiquitânia para fronteira


Chegou o dia de despedida com a Chiquitânia. A cidade San José de Chiquitos fica quase no meio caminho entre a maior e mais importante cidade boliviana, Santa Cruz de la Sierra e Puerto Quijarro (principal ponto de fronteira com o Brasil). Mais exatamente, 280 km ao leste da primeira e 380 km ao oeste da segunda, portanto, os famosos e lentos trens desta linha passam por aqui de noite. Mas a rodovia Santa Cruz - Puerto Quijarro foi completamente reconstruída nos últimos anos e ganhou boa pavimentação em toda a sua extensão, portanto a opção de ônibus e vans se tornou mais atraente. Além de ser bem mais rápida (e nada mais cara), oferece vários horários, inclusive a possibilidade de curtir paisagens viajando de dia.

Os escritórios das empresas e cooperativas de ônibus e táxis ficam em frente ao terminal ferroviário, e esta quadra não é longe do centro.



Distância pode ser avaliada pela imagem deste marco memorável, onde no fundo aparece o Campanário da Missão de San José.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Panoramas e escavações da Chiquitânia


Com ajuda de bom tempo (o pensamento positivo é essencial para conseguir tal privilégio), é possível curtir San José de Chiquitos muito mais. Alias, simplesmente dar uma volta por cima desta pequena e importante cidade, fazendo boa caminhada ao sul, para Parque Nacional, que reúne valores históricos e naturais.



Vamos, então para fora da cidade, é possível vê-la assim, depois de um pouco mais de uma hora de marcha.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Missão de San José de Chiquitos


Fundada em 1697. População urbana quase 10 mil habitantes, o que não é pouco nesta região, por centenas de quilômetros para qualquer lado não há cidades maiores. Recomendo a todos paradinha neste lugar, que fica bem no caminho entre fronteira Brasil - Bolívia em Corumbá - Puerto Quijarro e Santa Cruz de la Sierra. Muitos e muito passam por aqui de noite, cochilando em lentos trens, mas hoje em dia há estrada bem pavimentada, por onde passam ônibus mais rápidos e confortáveis, com horários mais convenientes. De preferência, dedique, como eu, dia inteiro para conhecer esta cidade e suas proximidades, vale a pena. No meu caso foi um dia bem completo, nada de chegadas e partidas, já que desembarquei de ônibus local, vindo de San Rafael, por volta das 23:30, e dormi 2 noites aqui.



Logo começo com destaque principal, herança jesuítica, que fica em frente ao meu hotel. Este complexo faz parte do mesmo objeto da Lista UNESCO, que duas igrejas visitadas no dia anterior, San Miguel de Velasco e San Rafael de Velasco. Mas o conjunto arquitetônico aqui é maior e com fachadas de pedra. No caso da igreja central, apenas fachada, mas três outras construções têm estrutura de pedra também. Esta memorável linha de frente foi desenhada pelo padre Bartolomé de Mora e inclui (da esquerda a direita):
capela (1750)
fachada da igreja (1747)
campanário (1748)
casa dos padres (1754).

sábado, 18 de maio de 2013

San Rafael, onde tudo começou


Mais um trecho de 40 km pela estrada de terra, e já estamos em San Rafael.



Hoje em dia é uma pequena cidade, ca. 2 mil habitantes. Há poucas soluções logísticas, basicamente 2 linhas de ônibus de empresas diferentes (UNIVERSAL e BARUC), que diariamente circulam de San Ignácio a San José e vice-versa.

terça-feira, 7 de maio de 2013

San Miguel de Velasco, nem mais, nem menos


Esta missão foi fundada em 1722, a partir da vizinha San Rafael (segunda mais antiga da região), e a própria igreja construída sob comando do padre Martin Schmidt em 1766, com base em experiência obtida em obras anteriores.



Atualmente representa a melhor amostra do gênero, e a sua restauração foi perfeita, sem reclamações por parte do Comitê UNESCO. Embora, algumas bases das colunas, historicamente inteiriças, foram recuperadas usando quatro troncos devidamente cortados.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Missões jesuíticas da Chiquitania, BOLÍVIA

San José de Chiquitos, San Rafael, San Miguel, Santa Ana, Concepción, San Javier e outras cidades - Dep-to. Santa Cruz

As missões de evangelização na Bolívia foram criadas pelas Ordens de São Francisco e de Jesus, com divisão não muito clara das áreas de responsabilidade. Mas justamente a segunda deixou uma herança mais rica, que foi reconhecida até como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Vários fatores conspiraram para isto, inclusive um relativo atraso na exploração das regiões planas no oeste, conhecidas com nome geral de Gran Chiquitania. As igrejas construídas nas últimas décadas antes de expulsão dos jesuítas das colônias logo passaram para outra forma de administração religiosa de forma pacífica, não houve guerras semelhantes às guaraníticas. Portanto, o gênero único das construções e a capacidade dessas de resistir ao tempo ficaram conhecidos mundialmente.

A específica desta região, coberta de forte vegetação e sem fontes de pedra para construção, definiu uma solução diferente: as estruturas foram feitas de madeira. Principais ideias de projeto e técnicas de obra trazidas da Europa passaram por necessária adaptação às condições locais, e aqui surgiu um novo estilo de templos católicos, normalmente credenciado ao padre suisso Martin Schmidt, principal arquiteto e mestre da obra desta época.



Os templos da Chiquitania caracterizados por linhas externas retas e claras (telhado de duas águas simétrico), com pintura colorida das paredes, de fundo claro, são inconfundíveis com outros e têm muita semelhança entre si. As diferenças são pouco relevantes, como uso de vigas retas, ou de arcos compostos, e o acabamento interno também abusa de madeira talhada, com porções consideráveis de banho de ouro.

(original: Wikipedia)