quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Uma simpática metrópole boliviana

Cochabamba, BOLÍVIA

A terceira maior cidade boliviana é o principal centro da mais bonita e mais interessante parte do país onde bonitas serras verdes escondem muitos vales férteis - redutos da tradicional economia baseada na agricultura. Esta Bolívia é pouco conhecida pelos visitantes, mas quem já possou por lá normalmente guarda boas impressões: as região ostenta uma prosperidade sem esbanjamento, com ares de quase auto-suficiência. Curtir atmosfera de uma sociedade ecologicamente correta faz bem, e ajuda nisso o principal centro urbano e logístico da "Bolívia do meio"  - Cochabamba, que guarda chaves aos seus muito autênticos arredores.



A cidade é rodeada pelas imponentes montanhas, há até alguns picos com cumes nevados, inclusive com altitude acima de 5000 m. Mas a maior parte dos bairros fica no terreno plano, em níveis por volta de 2570 m, portanto o clima é muito bom: temperatura média de +17 C,  pequenas variações sazonais, muitos dias de sol, mas sempre com umidade suficiente e sem falta de água para sues jardins.

Cochabamba foi fundada pelos espanhóis em 1571 году, e desde então possui sua retangular planta das ruas, 100 por 100 m, inclusive no próprio centro. Como é comum nestes casos, a quadra mais importante é a praça principal  - verde, mas com vários prédios administrativos no seu perímetro. Em Cochabamba tal praça chama-se Plaza 14 de Septiembre e não perde em nada aos seus análogos Em La Paz e em Santa-Cruz. Acho que é melhor de todas praças bolivianas, junto com a Plaza 25 de Mayo em Sucre.

No ponto central fica La Columna de los Héroes, com condor de bronze.em torno deste marco de orientação ocorrem debates políticos, há painéis para exposição de jornais artesanais...   Mas a maior parte da área da praça é ocupado pelos gramados, na sombra de árvores variadas. Há também muitos enfeites e vários lugares para descanso. As manifestações populares ocorrem periodicamente em frente de alguns prédios administrativos no contorno da praça, mas via de regra são pacíficas e bastantes localizadas, portanto não interferem no trânsito em outras partes e não impedem curtir este lugar aos seus numerosos frequentadores.  



Praticamente cada um dos prédios que rodeiam a praça em si já se tornou um monumento histórico e de arquitetura. e todos juntos formam um conjunto harmonioso, sem igual na Bolívia toda. A Catedral Metropolitana de San Sebastián também está aqui, no seu devido lugar (mais exatamente - no canto sudeste da praça principal).  Esta construção impressiona pelo tamanho e pelo estilo, foi erguida no século XVIII, no lugar dos templos menos duráveis que existiram já nos séculos XV e XVI.



No canto oposto da praça - outra igreja, da Ordem dos Jesuítas (TEMPLO DE LA COMPAÑÍA DE JESÚS, 1730). Alias assim ocorre em várias outras cidades bolivianas, peruanas etc. construídas naquela época. 

E a própria cidade de Cochabamba é rica em arquitetura religiosa, principalmente dos anos 1600 - 1800, para quem se interessa pelo assunto, cabe um roteiro pedestre especial, de 1-2 dias. Mas mesmo de passagem dá para observar mais algumas amostras. 



Começando com a herança da Ordem Dominicana (TEMPLO DE SANTO DOMINGO, 1612) que fica na Av. Ayacucho  - principal eixo do centro no sentido norte-sul. Esta avenida passa a uma quadra da praça principal (do lado oeste) e leva ao Terminal Rodoviário - 1 km ao sul. Portando, desencontrar com este templo é pouco provável, e vale a pena reservar algum tempinho para conhece-ló.  

Agora podemos seguir pelo eixo leste-oeste — Av. Heroínas (a uma quadra da praça principal do lado norte). Várias igrejas antigas podem ser encontradas dos dois lados desta via, na distância de até 1-2 quadras, e pelo menos uma justifica tal desvio. Bem como mais 2 horas para visitação do convento-museu de Santa Teresa ao seu lado.



Todas estas construções, inclusive o templo, são de 1767-1792, e quase tudo permanece no seu estado original: acabamento interno, móveis, obras de arte, acessórios,,,  O convento continua em funcionamento, mas agora só conta com 7 freiras. A história e as regras do convento são muito interessantes, e as vistas do seu telhado aumentam ainda mais o seu poder de atração. 



Os arredores do convento de Santa Teresa são cheios de charme próprio.

Deste lugar agradável podemos seguir mais ao leste pela mesma avenida Heroínas - para mais famosa das atrações turísticos de Cochabamba (ou até única, se acreditar em edições turísticas mais superficiais). Falta mais um quilometro e meio.   



Este passeio é fácil e seguro, e os quarteirões verdes mais próximos ao Morro de Concórdia simplesmente esbanjam a prosperidade.  A maior estátua do Cristo no mundo (há também outras que aspiram tal título) esta um tanto acima da cidade, a sua base se eleva em 265 com relação às ruas do bairro próximo. É possível subir pela escada de aproximadamente mil degraus, ou pela estrada mais longa, que leva a um amplo estacionamento nas alturas (gratuito e sempre com muitas vagas disponíveis) . Mas para quem viaja sem carro mais interessante seria subir em cabine de moderno teleférico - rápido e barato (só BOL$ 8 ida e volta, equivalente a menos de 3 reais)



Em poucos minutos já estamos aos pés da estatua, curtindo esta obra de arte monumental.



De fato, é bem grande, e bastante expressiva também. Os avisos sobre perigo de andar pela escada são exagerados ou defasados - há várias pessoas caminhando a título de exercício físico. 



E também para curtir panoramas que se abrem do alto..

A cidade em torno deste morro é extensa, mas não chaga a ser infinita. E muito verde, não só por conta dos parques - as suas ruas cabem amplas alamedas de árvores em flores.



Dá para ver as vias principais, inclusive a Ruta Nacional 4 que contorna a parte central de Cochabamba do lado norte. Para leste esta rodovia se estica até a fronteira com o Brasil (via Santa Cruz de la Sierra), e para oeste sobe ao altiplano e segue até a La Paz, com entroncamento para Oruro. Podemos ver também o aeroporto de Cochabamba CBB, com duas pistas perpendiculares.  A grande lagoa na periferia sul da cidade marca saída no sentido do memorável Valle Alto. E há ainda muitas outras detalhes, já conhecidas pelas andanças anteriores na cidade, ou que convidam para explorar ainda mais os seus cantos...

Então, vamos descer, olhando para quadras próximas pela janela da cabine de teleférico.



Para norte de Concórdia chamam o Jardim Botânico e o Parque de Recoleta, aonde levam amplas avenidas e cadeias de parquinhos mais estreitos.





Ao sul também há bons espaços verdes, mas a maioria pertence às instituições de ensino que dominam este pedaço;



Tive prazer de voltar para centro por este caminho, entre muitos estudantes dos colégios e das universidades, que lotaram as ruas no fim do dia. A nas horas anteriores, a atenção chamaram grupos dos alunos ainda mais jovens, vestidos em bonitos uniformes. Esta atmosfera de "festa de conhecimento" na Bolívia moderna impressiona: há muitos estabelecimentos de ensino e muitos estudantes em todo lugar, e eles criam tal ambiente de alegria solene que sempre será lembrada.  

Alias, a Universidad Mayor de San Simón possui a maior área verde aos pés do morro de Concórdia, e a mesma universidade mantém o mais interessante dos museus de Cochabamba, o arqueológico (provavelmente, o melhor deste gênero na Bolívia toda). Mas este fica fora do campus principal, na parte central da cidade, aonde estamos seguindo agora:



Plaza 14 de Septiembre nestas horas é ainda mais atraente e mais movimentada:



Gostei muito desta cidade e voltarei algum dia para conhece-lá ainda melhor.

Mas nesta vez estou me despedindo, olhando pela janela de ônibus. A periferia oeste também impressiona: amplas avenidas, muitas esculturas criativas nas rotatórias. Apresento uma seleção só daquelas que consegui captar pela câmara:  



(o álbum fotográfico mais completo: Cochabamba 2013)

Fotos do autor
Atualizado 08.01.2019


...crônica de viagem O miolo da Bolívia: Samaipata, Potosí, Sucre...
...cartão de visita Cochabamba, BOLÍVIA
...lista BOLÍVIA
...lista UNESCO: Monumentos de Patrimônio de Humanidade em outros países da América do Sul


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