sexta-feira, 12 de junho de 2015

Bom dia, Arequipa!

Chegamos em Arequipa até o final do dia 28 de janeiro, sob a chuva fina, e não levamos a câmera para primeiras voltas pelo centro da cidade. Em compensação, resolvemos todos os problemas organizacionais: o câmbio de valor restante (no aeroporto de Lima trocamos só o mínimo necessário), compra de excursão de dois dias para o Vale e Cânion do Rio Colca, saída no dia 30 de manhã, algumas compras (suco, água, biscoitos, aparelho de barbear). Por causa da diferença de três horas de fuso-horário e da longa viagem que começou bem cedo, fomos dormir já entre 20 e 21 h no horário local...

E no dia 29 pouco depois do amanhecer já subimos no teto panorâmico do nosso modesto hotel. Manhã ensolarada nos deu uma boa vista para vulcões próximos à Arequipa, neste pedaço se destaca o pico de Chachani, com proeminência topográfica de quase dois quilômetros e altitude total de 6075 m.



Bem mais perto, na distância de apenas uma quadra daqui podemos ver uma das igrejas do complexo São Francisco



Como descobrimos mais tarde, é a mais recente das construções franciscanas em Arequipa, a Igreja da Ordem Terceira (1777).




Na outra direção da mesma rua São Francisco, na distância de dois quarteirões, podemos ver um cantinho da praça central de Arequipa com as suas impressionantes galerias perimetrais.



Contando também que no sentido transversal, a uma quadra desta esquina, encontramos a entrada principal do museu Mosteiro de Santa Catalina (um pouco à esquerda do campanário), o nosso hotel foi localizado no local estratégico. É uma pena que ambas as noites houve muito barulho de alguma danceteria, do meio da quadra, sem esta música os dias em Arequipa seria melhores ainda. Resumindo, recomendo buscar acomodação em Arequipa neste mesmo setor do centro histórico, mas evitando a mesma quadra -  entre as ruas Ugarte, San Francisco, San José e Jerusalém.



Mas foi nada demais, a ponto de atrapalhar o nosso passeio ainda antes de café de manhã para ver as montanhas cobertas de neve de outro ponto - da ponte do almirante Grau. Reparamos que já começou a formação de nuvens, ameaçando esconder esta beleza por muito tempo.



Da ponte conseguimos enxergar o vulcão Misty, o mais próximo da cidade, vulcão o pouco visível do telhado do hotel. Este cone de 5822 metros de altura, com proeminência de 1785 m acima do restante da serra, é considerado um dos símbolos da cidade de Arequipa.



E aqui está a própria ponte, que também já se tornou uma das atrações. Ela foi construída há não muito tempo, em 1884-1898, e no início era chamada de "nova". Afinal, de fato, neste local já houve outras pontes de pedra, e esta foi construída para servir em tempos modernos, com largura e altura maiores, necessárias para linha de bonde. Agora já não há mais bondes em Arequipa, a Calle Puente Grau (perímetro norte do centro histórico)  tornou-se de mão única, e pela passa fluxo quase contínuo de ônibus, táxis e alguns outros veículo  - do centro para oeste e norte da cidade.



Recomendo esta ponte sobre o rio Chili, com um grande monumento ao almirante fundador da Marinha de Peru, morto na guerra contra invasores chilenos, com um parquinho ao lado, e com suas vistas panorâmicas. Alias, na imagem inferior da colagem já aparecem as torres da catedral de Arequipa que fica na praça principal da cidade, para onde agora estamos indo.

Mas precisamos fazer duas pequenas coisas: 1) descobrir onde fica e quando abre a entrada para o Mosteiro de Santa Catalina; 2) tomar café de manhã no nosso hotel.

A primeira tarefa moi mais ou menos cumprida. Contornamos as duas quadras do mosteiro e encontramos apenas uma plaquinha com horário de trabalho. Parecia pouco adequada para um museu, mas, por falta de outras informações, tomamos como referência, e decidimos voltar para tal porta às 9 h.

Voltamos para hotel às 7 de manhã, já com bastante fome (o nosso relógio biológico acusava exatas 10 h), e logo recebemos a comidinha.



Depois desta recarga já podemos encarar o mosteiro, por algumas horas...

Mas ainda dá tempo para passar pela Plaza de Armas, e para mais alguns desvios.



Graças a isso, ganhamos um agradável passeio pelas ruas do centro.



Admiramos monumentais edifícios de esquinas.




E rua tranquila ao longo da parte de fundos da catedral, bem como construções históricas de tamanho mais modesto.

E ainda passamos bastante tempo na praça principal de Arequipa.



A catedral é gigantesca, e de configuração incomum. Ela se estende em todo o lado norte da Plaza de Armas, uns cem metros), e a entrada principal está no lado longo, e não no estreito, como de costume, os campanários plantados nos extremos à direita e à esquerda, distante entre sim, como que fosse na proa e na popa de navio.



Associado ao tamanho padrão da praça, 100 por 100 metros, praticamente não existe ponto de onde pode ver a catedral toda de uma vez;



Mas vale a pena prestar atenção aos detalhes. À esquerda aqui o o começo da galeria perimetral oeste, e à direita - a ponta da asa oeste desta obra-prima da arquitetura com o nome oficial Basílica Catedral de Arequipa, cuja idade é muito relativa.

A primeira igreja neste local foi construído logo após a fundação da cidade, em 1544-1558, era muito imponente, mas foi completamente destruída pelo terremoto do ano 1583. Em 1590 começou a construção de um templo ainda maior, esta obra sofreu várias interrupções por novos desastres. O s terremotos mais fortes acompanharam a erupção do vulcão Huaynaputina em 1604, e além de dano s diretos, todo o canteiro de obras ficou encoberto em cinza... Nova versão do templo - com sala de três galerias, medindo 85 por 25,6 metros, com oito colunas internas e com 22 arcos - só foi concluída no ano 1656. Mas nela houve apenas um campanário, o ocidental.

Os terremotos de anos 1666, 1668 e 1687  não causaram ao templo sérios danos, resultando apenas em reparos cosméticos. E pequenos desabamentos provocados pelo terremoto de 1784 (mais uma vez a estrutura principal resistiu!) serviram de pretexto para já necessária reforma geral, e para construção do segundo campanário. Depois disso houve de tudo: incêndios, com perda de muitos quadros de pintura e relíquias, pequenas reformas com a instalação de novos enfeites e de relógios... O catastrófico terremoto de 1868 causou a destruição parcial: a catedral ficou deixado sem as duas torres e sem a parte central da fachada. A reconstrução levou vários anos.

Já em 2001, a história quase se repetiu: 8,1 graus na escala Richter, uma campanário desmoronou completamente, e outro sofreu danos severos. A nave central resistiu mais uma vez, e um ano depois tudo foi restaurado à sua forma anterior.



Os três outros lados da Plaza de Armas complementam bem a catedral. Durante muito tempo, essas galerias de granito eram de um andar só, e o nível  a superior foi construído apenas no final do século XIX. Nesta obra foi usada a mesma rocha vulcânica que já serviu para criação da catedral e das outras igrejas antigas de Arequipa. O acesso para restaurantes e outros estabelecimentos que ocupam varandas semi-abertas deste andar é pelas escadas a partir das galerias, dominadas, em sua vez, por agências turísticas no lado oeste e por lojas de lembranças no lado leste.




O lado sul da praça é ocupado pelos escritórios administrativos, no meio dos quais se esconde um grande supermercado, único no centro. A sua entrada pode ser vista dos fundos desta imagem, e no primeiro plano aqui é o coração da praça, com  obrigatórios bancos e pombos.



O tráfego no lado sul da praça é pela esquerda, ao contrário do padrão no Peru.  E mais uma coisa bem local: no banco à direita há um cidadão sentado, com  máquina de escrever mecânica portátil, ele digita quaisquer documentos sob encomenda dos clientes que sempre aparecem.

Em várias cidades de Peru, Bolívia etc. pode ser observado que a igreja dos jesuítas ocupa a segunda mais importante posição depois da catedral - ou também na praça principal, mas um pouco de lado, ou  bem na sua esquina.



A Igreja da Ordem de Jesus (1590-1698) em Arequipa se ajeito junto ao mesmo canto sudeste da Plaza de Armas. A duração da construção também é explicado pelos terremotos, com os jesuítas aprenderam muito com isso: no final eles ergueram a mais robusta torre de campanário - baixa e resistente aos acidentes sísmicos.



E mais uma obra-prima do "barroco criollo" - Igreja do Sto. Agostinho (San Agustín), na esquina de Calle Sucre e Calle San Agustín, ou seja, um quarteirão a oeste da praça principal. Ela, também, tive biografia difícil, e também comprovou que possui boa resistência da estrutura principal (mas não da torre) e a sua fachada talhada é datada pelo ano 1704.

Foi isso o mais importante do que conseguimos conhecer naquelas horas de manhã que vagamos pelo centro aguardando a abertura do museu Mosteiro de Santa Catalina. O mosteiro em si merece um relato separado, que será publicado na sequência...

O álbum completo com fotos desta manhã e o seu mapa:
Arequipa-1



Fotos do autor
Atualizado 04.10.2018

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