domingo, 27 de setembro de 2015

Para Huayna Picchu de manhã cedo

Terça-feira, 3 de fevereiro. Chegou o ponto culminante da nossa aventura: visita a Machu Picchu, e até com direito de subir o pico de Huayna Picchu (há outras grafias deste nome) que literalmente paira sobre este monumento arqueológico.


Deu tudo certo, e este dia poderia valer a viagem toda,  mesmo fosse única conquista relevante nesta vez. Mas foi melhor ainda, não perdemos nenhum dia sem agregar novas  impressões inesquecíveis, e esta escalaminhada ficou marcada como a mais brilhante das páginas desta aventura pelo Sul de Peru.

Tudo começou antes do amanhecer: às 6 da manhã micro café da manhã no hotel, e antes dass 6:30 já compramos passagens e embarcamos no "ônibus urbano Machu Picchu" que circula entre centro da cidadezinha Áquas Calientes e entrada de uma das "Novas Sete Maravilhas do Mundo." Vamos! Foi possível ir a pé também, faz bem para saúde e para bolso (a passagem de ida e volta custa 24 dólares), mas os nossos ingressos para acesso a Huayna valem apenas para período das 7 a 8 de manhã, a este acesso fica a uns 10 km de Áquas Calientes, e ainda 400 m acima.

Meia hora de estrada de terra: começando com descida rio abaixo, e depois da ponte longa e íngreme subida com curvas fechadas, verdadeira serpentina... E aqui estamos nós na altitude de uns 2400 m, passando o primeiro ponto de controle, e caminhando rapidamente através de tal Machu Picchu em busca do segundo ponto - para aqueles que conseguiram  limitados ingressos com adicional "Huayna Picchu". A névoa da manhã ainda esconde este almejado pico, elevado em trezentos metros sobre o próprio sítio arqueológico, o que promete panoramas inesquecíveis.

Atravessamos quase todo o território da MP no sentido longitudinal em 10-15 minutos, e já começamos a enxergar alguma outra coisa lá em frente.  O nevoeiro descola aos poucos do chão, e torna-se claro que esta não é a nossa montanha de hoje, e sim, uma colina bem menor. E o próprio pico de Huayna Picchu está se materializando mais no fundo.



É isso ai, o nosso alvo agora já foi identificado! Ainda bem que poderemos subir até lá nas horas frias de manhã, torcendo para que o sol apareça logo depois, e que as nuvens desapareçam para ganhar boas vistas de cima.  Mas antes disso cada visitante deve passar por mais uma portaria, registrar o seu acesso no livro e assinar que está em boa forma física e que assume a responsabilidade por todos os riscos que corre nesta trilha.

Depois de uma trecho quase horizontal, não muito longo, começa a subida. As nuvens, também, levantam o seu véu um pouco, e algo aparece dos lados.




Não fiquei com sensação de estar na beira de abismo,  mas o desfiladeiro do rio Urubamba estava quase diretamente abaixo de nós.



Logo começamos no meio das árvores e manchas de nuvens perceber a presença da antiga cidade de Machu Picchu, que deixamos temporariamente com objetivo de vê-la de cima.



Continuando a ascensão com uso da infra-estrutura deixada por civilizações antigas - íngremes degraus de pedra, e até terraços nos níveis mais altos.



E agora se torna mais ou menos claro o que estamos procurando nesta trilha.



Entre outras coisas, o merecido descanso em um desses belvederes, com direito ao brilho de arco-íris bem próximo e um pouco abaixo.



Arco-íris sobre aquele Vale Sagrado dos incas, que nestes lugares se torna estreito desfiladeiro.



Próximo ao topo da Huayna encontramos uma cidadela, sobre a qual há versões diferentes. Nos tempos antigos poderia servir para vários propósitos: as funções defensivas e as religiosas poderiam prevalecer em determinados períodos. E título de observatório astronômico também parece bem justificado.



E as vistas de Machu Picchu e do pico menor ao lado dela montículo realmente são impactantes, mas não há máquinas fotográficas capazes de registrar isso.



Mas pelo menos ajudam a aproximar algumas detalhes.



E depois de novo admirar o arco-íris que decisivamente nós acompanha .



Aqui podemos sentar balançando pés sobre desfiladeiro com profundidade de uns 700 m.



Falta pouco até o topo... Chegamos!.



O ponto alto dos prazeres de hoje.



Agora já com certeza estamos acima do próprio arco-íris.



Dando uma volta para ver todos os lados.



Vista na direção oposta à Machu Picchu.



Na parte alta da trilha funciona regra de mão única, portanto iniciamos a nossa descida pela outra escada, ao lado desta casa que já serviu como residência do sumo sacerdote dos incas.



Os degraus aqui são bastante emocionantes, e não há corrimão - ficou explicado o juramento de que não sofre de vertigem.



Depois de contornamos mais uma aresta, novamente apareceu Machu Picchu, agora estamos avistando também a estrada costurada que sobe do desfiladeiro até lá.



As diferenças de altitude por aqui são notáveis.



Enquanto estamos descendo, o sol já queima forte em alguns pontos, as nuvens estão derretendo rapidamente, e atrás da antiga cidade de Machu Picchu aparece montanha de mesmo nome. Ela é ainda mais alta do que a Huayna, chega a 3.200 metros, mas não tão íngreme. Justamente de lá foi organizado o suprimento de água para antigo município que contava com milhares de habitantes.



Mais um "zoom". Ruas e terraços que estavam vazias manhã agora já lotaram, e em breve aumentaremos pessoalmente o número de visitantes deste local.



Nesta parte da trilha o movimento é em dois sentidos, e agora ao nosso encontro sobe a segunda onda dos visitantes - com bilhetes de entrada de 10 a 11.




Terminamos a descida, agora só passar ao lado do pico menor, e registrar a saída na portaria interna, para iniciar o programa padrão de Machu Picchu.



A Huayna é realmente uma rocha extraordinária, mais íngreme e mais alta do que similares ao redor.



Esta trilha e seus arredores espetaculares impressionam, são para lembrar por toda a vida



Como podemos avistar, o terreno é muito peculiar aqui.



Aqui há um desvio para pico menor, que ignoramos hoje cedo. Mas por que não aproveitá-lo agora? Pode servir como sobremesa.



Huchuy Picchu se eleva acima da antiga cidade apenas a 80 metros, Huayna aqui permanece à direita e continua pairando sobre nós.



Bem, daqui nós temos uma outra vista interessante para a cidade de Machu Picchu e para montanha que deu o nome para este mito.



Com direito demais um "zoom".



E com vista em todas outras direções.



Que já estamos identificando com competência.



E, claro, mais uma vista de Huayna Picchu, onde hoje experimentamos doses monstruosas de entusiasmo e admiração.



Um pouco de geobotânica: nesta rota notamos várias flores, e ao lado dos degraus de pedra dos incas curtimos morangos silvestres, comuns na Europa.

O lado organizacional. Recentemente foram introduzidos limites de visitação diária de Machu Picchu, até mesmo para simples visita ao próprio sítio arqueológico, sem adicionais. Mas o risco de não conseguir vaga é pequeno, assim a maioria dos visitantes independentes continua comprando bilhetes diretamente na entrada. Já os bilhetes com opção Huayna (cerca de 15% mais caros) podem ser comprados apenas pela Internet, e com antecedência mínima de 30 dias. O limite diário de visitação é de 400 pessoas em dois grupos: o primeiro entra de 7 a 8 de manhã, e só nele conseguimos vagas um mês e meio antes da visita, e o segundo grupo, com entrada de 10 a 11, é mais procurado - as vagas geralmente acabam alguns meses antes. Portanto, foi bom que recebemos informações a respeito dessas dificuldades em tempo, e ainda levamos sorte. Com condições de tempo também deu  sorte, ou novamente funcionou o nosso misticismo positivo: a terça-feira 3 de fevereiro foi único dia ensolarado naquela semana em Machu Picchu.


Fotos do autor
Atualizado 23.10.2018

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