terça-feira, 27 de setembro de 2016

Pampulha - Patrimônio de Humanidade UNESCO!

Pampulha, BELO HORIZONTE MG
Descrição no site UNESCO - Coordenadas - Portal turístico

O mais novo dos 20 objetos de Patrimônio Natural e Cultural de Humanidade foi incluído na lista da UNESCO na última seção, em julho de 2016 e recebeu o número 1493. A formulação é bastante clara: "projeto urbanístico visionário de cidade-jardim...  centro de carácter cultural e recreativo em torno de um lago artificial, compreendendo  um casino, a Casa do Baile, o Iate Clube e a igreja de São Francisco de Assis".

Este lago de Pampulha e os agradáveis e verdes bairros residenciais ao seu redor foram criados na periferia da metrópole mineira nos anos 1940.



O então prefeito da cidade Juscelino Kubitschek, jovem e cheio de novas ideias, solucionou pelo menos dois problemas por meio desse ambicioso projeto. O primeiro objetivo foi utilitário - criar um bom reservatório de água potável para suprimento da metrópole BH em pleno crescimento. O outro é estratégico – implementação na periferia da cidade de uma grande área de recreação, com opções de esportes aquáticos e outros e com e vadiados estabelecimentos culturais. Para atrair neste local os moradores da cidade acostumados com correria de dia-a-dia e com cantinhos verdes de importância local, na margem do lago artificial foram construídos vários prédios destaques - sedes de entidades de cultura.  O dos projetos foi já conhecido naquela época como eminente modernista arquiteto Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares (1907-2012). ao redor dos edifícios foram criados simpáticos mini-parques, obra do famoso paisagista Roberto Burle Marx (1909 - 1994). Esta receita  dos anos 1942-44 deu tão certo, que alguns anos depois serviu como base conceitual do projeto de maior envergadura - da capital federal (BRASÍLIA DF). Desta forma, o Projeto Pampulha deu tríplice resultado.

Agora o outrora afastado bairro Pampulha já foi engolido pela expansão da metrópole ВН, está cercado por uma cadeia caótica de zonas industriais e de bairros mais simples. Na década de 1980 começou a poluição das águas do lago Pampulha, e até o fim do século XX o seu valor como zona de lazer ficou reduzido. Mas depois foram tomadas medidas eficientes para sua recuperação, resultando na melhoria da situação ecológica e na consolidação do bairro Pampulha como a mais atraente parte da cidade.



A melhor obra do Oscar Niemeyer nas margens do lago Pampulha, a igreja de São Francisco de Assis (1943) já se tornou uma das principais atrações de Belo Horizonte, objeto de peregrinação dos admiradores deste famoso arquiteto vindos do Mundo inteiro.

Este presente de um comunista-modernista não agradou às autoridades católicas que de cara declararam templo como impróprio para culto. Depois de 15 anos de serviço alternativo (principalmente como museu) e várias reformas, em 1958 este edifício se tornou uma igreja de verdade, mas opera sob tutela de poder público municipal já que representa um objeto do Patrimônio Cultural e Arquitetônico da cidade de Belo Horizonte.



A envidraçada fachada do prédio é voltada ao lago, e a parede muda dos fundos à avenida que contorna o mesmo. Mas serve também como fachada 2, graças à obra monumental do famoso artista plástico Portinari  que a tornou um dos principais trunfos desta joia de modernismo.



O interior da igreja é praticamente uma galeria das obras do Portinari. E entrada custa 2 reais, e não é permitido fotografar dentro.

Confesso que gostei da sensação que experimentei quando fiquei neste incrível templo. Embora não sou um fá declarado do nenhum dos dois famosos criadores e nem de modernismo em si, senti uma inspiração renovadora ao me integrar com este ambiente.  

Mais uma vista de fachada:



A parte escura em frente à igreja no projeto original era de vidro, com grande aquário de peixes coloridos em baixo, mas na ocasião de reformas este exagero de difícil manutenção foi eliminado. O complexo de arenas esportivas é visto nos fundos.  



À esquerda e mais próximo o "Mineirinho", com capacidade de 25 mil pessoas que abriga jogos de futsal, basquete, vôlei etc. À direita o famoso "Mineirão" (64 mil espectadores) que estava em reconstrução para Mundial-2014 de futebol, para entrar na história como "arena 7:1 - do incrível vexame no semifinal.

Para quem gosta de atividades ao ar livre há uma pista de cooper que contorna o lago. A volta completa mede exatos 16 km, e há marcas de distância a cada 100 metros.



O início de contagem fica nas proximidades da atração principal, já que ao lado dela pode ser vista uma plaquinha azul que indica 15300 m.



Em alguns trechos a faixa verde que cerca lago e esta pisa é muito estreita, mas em outros se alarga para caber outros elementos interessantes, como pistas adicionais para ciclistas e quadras com aparelhos de ginástica de uso livre.



Os lotes residenciais em torno de lago são amplos, e as casas que foram construídas aqui geralmente são de alto padrão, inclusive verdadeiros palacetes, e não poucos.


O contorno de lago é muito caprichoso, assim, depois de caminhar um tanto, de novo temos boa visão da igreja de São Francisco e dos estádios.



Na outra direção estamos observando mais algumas obras de Niemeyer, com Clube de Iate e Golfe no primeiro plano. Atrás dele se esconde a Casa do Baile, que serve atualmente como Centro de Arquitetura e Urbanismo.


Na ponta da península no lado esquerdo fica o Museu de Artes de Pampulha, que ganhou este edifício depois de proibição dos jogos de azar e de fechamento do Cassino que o ocupava inicialmente. Logo à direita deste podemos ver o braço leste do lago que se estica na direção do tradicional aeroporto Belo Horizonte - Pampulha (PLU). Hoje em dia quase todo trafego aéreo de BH migrou para novo Aeroporto Internacional de Belo Horizonte - Confins (CNF), e aeroporto de Pampulha atende apenas linhas regionais.

O complexo de Pampulha inclui também Jardim Botânico, Zoológico e outros lugares de interesse.


A situação ecológica hoje em dia é favorável.


E as grandes garças brancas dividiram o perímetro do lago em setores individuais de pesca dos peixinhos e rãs.

Ao sul do complexo esportivo de Pampulha começa ampla área da Universidade Federal de Minas Gerais. Esta quase autônoma cidade universitária é conectada com o sistema viário de BH em três pontos por onde passam várias linhas de ônibus municipal.


E há também esses ônibus verdes que circulam pelas linhas internas da UFMG. O mais alto prédio do campus é a Reitoria que aparece aqui nos fundos.


O setor das faculdades de engenharia é mais bonito ainda.

A única até agora linha de metrô de Belo Horizonte aproveita os trilhos da antiga ferrovia e passa por fora, pelos bairros mais populosos, portanto já contorna o Pampulha e o seu aeroporto do Leste e do Norte. Uma das novas linhas futuramente deve passar por aqui esmo, entre lado leste do lago com UFMG e o lado oeste do aeroporto, e promete melhorar bem a conexão com zona central.


Enquanto isso não acontece, pelo referido eixo foi organizada circulação de ônibus expresso, com duas pistas exclusivas nas duas direções. E nas horas de pico o fluxo de ônibus na direção de maior demanda é bem intenso.

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