terça-feira, 16 de julho de 2019

Arquipélago de Chiloé e Lagos Chilenos

Mochilada solo no Chileem fevereiro de 2017 - 11 dias 

O motivo inspirador para esta viagem solitária foi o mais disperso dos monumentos da UNESCO no Chile - as igrejas de madeira nas ilhas Chiloé. A caminho para este arquipélago visitei a parte continental da “Região dos Lagos” e na volta não apenas ampliei a exploração do mesmo, mas também desbravei a “Região dos Rios” mais ao norte. Cada um dos quatro alvos que mirei: igrejas, ilhas, lagos, rios e cidades, merecia tal viagem, e seu efeito cumulativo foi simplesmente magnífico. E tudo isso em condições de tempo muito agradáveis: temperaturas amenas, sol brilhante (mas não abrasador!). O verão de 2017 no Trópico Sul foi monótono, e as frentes frias da Antártida não penetravam por meses, portanto este refresco nas férias foi providencial.

Roteiro:
Santiago - Puerto Montt - Puerto Varas - Petroue - Puerto Varas - Puerto Montt - Ancud - Castro - Achao - Quinchao - Castro - Dalcahue - Tenaún - Colo - Quemchi - Castro - Chonchi - Puqueldon - Castro - Osorno - Puerto Oktay - Osorno - Valdívia - Corral - Valdívia - Santiago

O mapa abaixo à esquerda apresenta a rota terrestre em toda a sua extensão, embora trechos de ônibus noturno no início (Santiago - Puerto Montt) e no final (Valdívia - Santiago) eram partes da logística global - poderia ir também de avião, ou pelo menos em um dos sentidos, mas em ambos os casos, os horários e as tarifas estavam a favor de ônibus.



A zona dos meus interesses nesta viagem  lá é delineada com moldura roxa, e a zona de atenção especial (no arquipélago de Chiloé - parte 2 do roteiro) com moldura vermelha dentro dela. E essa parte do mapa é representada no esquema central em uma escala mais adequada. A complementação  à direita apresenta a zona continental que explorei indo para ilhas (parte 1) e na volta de lá (parte 3)

Começarei o resumo visual não com o objetivo principal e não com as belas paisagens esperadas: como sempre, vamos procurar atrações, mas encontramos muito mais - também encontros com pessoas interessantes e com um novo ambiente social. As minhas lembranças deste gênero ficaram gravadas mais ou menos assim:



No tocante das 16 igrejas de madeira que compõem o objeto UNESCO No.971, nesta vez visitei 10 dessas, inclusive sete também por dentro e mais três só na parte externa :



Visitei também alguns museus temáticos e outras igrejas semelhantes, então no conjunto da obra foi muito informativo e enriquecedor. E esta joia acabou sendo não só um motivo digno para a viagem, mas também um estímulo para conhecer várias outras atrações da região, apenas algumas das quais já havia imaginado antes.

A seleção das paisagens memoráveis será dividida em dois blocos. As panorâmicas:



E as locais, basicamente em reservas naturais:



As paisagens urbanas também agradaram, tanto beira-rio em Valdívia, quanto outras:



Falando em cidades, além da arquitetura religiosa foi notável também a presença das fortificações coloniais, e mais ainda a herança da imigração alemã datada pelo final do século XIX.



Continuando este tema com adição de mais alguns temperos:



E outra exótica, como frutas regionais, comércio de rua muito especial e animais nas pastagens suburbanas e nas orlas urbanas.



Vapores aromáticos e fumaças gostosas do "curranto" (comida típica de Chiloé) é uma história a ser contada a parte, e os arbustos da amora local carregados de frutas encontrava em toda parte.

O transporte local foi exótico apenas moderadamente: além dos ônibus de linha e turísticos de diversas capacidades usei e abusei as balsas - tanto entre continente e arquipélago quanto entre três principais ilhas de Chiloé.



Aproveitei também um navio turístico e uma picape de frete, ou "táxi de carga" - não há outros táxi na Ilha de Quinchao.

Diário de viagem e links aos álbuns de fotos

31.01.2017. De manhã a viagem começou, peguei ônibus para aeroporto GRU. Voo diurno para Santiago (4 horas) com boas vistas pela janela, na chegada ônibus expresso para terminal rodoviário. Já não houve passagens para hoje até Castro, então comprei só até Puerto Montt, saída às 22:00. Tarde quase toda para passeios pela capital chilena: nesta vez conheci mais um bairro interessante, e de lá subi para Cerro San Cristobal aproveitando o novo teleférico. Fotos: Santiago

01.02.2017. Noite inteira cochilando e dormindo no ônibus, de manha parada no terminal de Osorno, com direito a um copo de café na plataforma. A parte 1 começa aqui! Chegamos em Puerto Montt Previsão de chuvas no sul amanhã e por aqui um dia depois, então não tenho pressa para seguir a viagem. Comprei excursão de dia inteiro para amanhã, e escolhi um hotel econômico por 2 noites ao lado do terminal. O resto do dia e noite para conhecer melhor esta cidade.  Fotos:  Puerto Montt

02.02.2017.  Excursão para Lagos Llanquihue e de Todos os Santos, com paradas em Puerto Varas, no Parque Nacional Vicente Peres Rosales e no Rio Petrohue. Almoço no restaurante típico com bons carnes e vinhos incluído. O tempo foi bom, e a chuva começou já depois do retorno,m conforme programado. Então posso seguir na contra-mão amanhã.
Fotos:  Puerto Varas - Lago Llanquihue, Ensenada - Petrohue, Lago Todos los Santos

03.02.2017. Logo de manha travessia para Isla Grande de Chiloé, abrindo a parte 2, a mais importante. Primeira parada na cidade de Ancud, de onde pensei sair para Castro à noite. Mas logo percebi que seria muito corrido, e sem pressa visitei dois museus e igreja. Comprei excursão de tarde para pinguineiras na Costa Pacífica, achei um hotel a meu gosto, e visitei mais um sítio histórico  - forte espanhol. A excursão para Islotes de Puñihuil valeu mesmo, bem como Ancud em sim.
Fotos:  Ancud (Chiloé) - Islotes de Puñihuil (Ancud, Chiloé)

04.02.2017. De manhã me mandei para Castro, e logo encontrei a mais impressionante das 16 igrejas tombadas - na sua praça central. O Centro de Informações Turísticas nesta praça ajudou na definição dos planos seguintes. Pousei em um hotel mais simples na zona central por 3 noites, comprei duas excursões de dia inteiro que incluem mais 7 elementos deste objeto UNESCO No.971 - tanto na própria Isla Grnde quanto na Isla Lemuy. E o resto do dia aproveitei para desbravar a segunda mais importante ilha do arquipélago, Isla de Quinchao, usando ônibus de linha. Foi uma investida emocionante, que rendeu dois valiosos troféus: a mais antiga e a mais espaçosa das 16 igrejas que procurei. A cidadezinha de Achao e o seu museu também valeram.
Fotos:  Castro (Chiloé) - Isla de Quinchao (Chiloé)

05.02.2017. De van grande pelo setor nordeste da Isla Grande, começando com Dalcahue por onde ontem já passei em trânsito. Nesta vez visitei a igreja, depois a orla do canal, bem movimentada e interessante. Seguimos com mais duas igrejas, Tenaún e Colo, com uma bela cachoeira entre elas. A pequena igreja Colo está localizada na remota área rural do município Quemchi, que nós convidou também para almoço, muito especial (um sítio, uns 10 km ao norte da igreja).  Como sobremesa foi visita mais ao norte, até a sede do município e sua atração principal - Isla Aucar. Retorno em regime non-stop, o tempo foi ótimo. Fotos:  Dalcahue (Chiloé) - Tenaún (Chiloé) - Cascadas de Tocoihue (Chiloé) - Quemchi (Chiloé)

06.02.2017.  Agora um micro-ônibus de capacidade um pouco maior, e rumo ao sul. Primeira parada já na periferia de Castro: igreja de Nercón, a 5 km do Centro. Segunda e a mais importante em Chonchi: mais uma igreja bonita, com escolta de museus e rodeada de ótimas paisagens. A orla de Chonchi com passeio sobre palafitas também é imperdível. ... Travessia para terceira ilha do arquipélago. Das suas três igrejas alcançamos duas, mas sem direito à entrada. Mas em compensação a Isla de Lemuy foi bem receptiva na parte de agroturismo: aprendemos sobre plantio de batatas diversas, participamos em almoço típico com cordeiro na brasa... E ainda visitamos um parque ecológico de primeira categoria, foi mais um dia bem aproveitado.
Fotos:  Nercón (Castro, Chiloé) - Chonchi (Chiloé) - Isla Lemuy (Chiloé) - Canal Yal (Isla Lemuy, Chiloé)

07.02.2017. Ainda foi possível buscar mais algumas das igrejas restantes, e-ou visitar o Parque Nacional de Chiloé, mas resolvi mudar a página. De manhã peguei um ônibus  para continente com destino de Osorno, e a travessia de Canal de Chacao de balsa fechou a gloriosa Parte 2.  Parte 3, o acabamento,  começou ao passar no já conhecido Terminal de Puerto Montt. Depiis vistas dos lagos e vulcões... Em Osorno com dificuldades achei um hotel com vaga disponível, e logo peguei um ônibus suburbano para Puerto Octay, uma cidade de imigrantes alemães na margem do Lago Llanquihue. Fotos:  Canal de Chacao (Chiloé) - Puerto Oktay

08.02.2017. Até o meio dia na própria cidade de Osorno: ruas, praças, forte histórica, museus, margens do rio. Depois ônibus para Valdívia, e tarde nesta cidade, com outros museus e com  maior extensão de passeios beira rio. Fotos:  Osorno - Valdívia

09.02.2017. De manhã passeios pela cidade e pelas margens do rio. à tarde excursão de navio, "Sete rios de Valdívia", com almoço incluído e com paradas em duas fortes históricas. Às 22 h saída para Santiago de ônibus.  Fotos:  Rios de Valdívia

10.02.2017. Mais uma noite tranquila no ônibus, como no início do roteiro. Chegada no horário, tomei café de manhã no terminal e antes de embarcar para aeroporto gastei a minha hora de reserva para explorar o terminal ferroviário próximo aos dois irmãos rodoviários. A seguir, o voo de volta para GRU, com vistas bonitas de Andes no início e com muitas nuvens no restante do percurso.
Fotos:  Voos GRU-SCL-GRU B738 GOL


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