Convidamos todos interessados para este passeio virtual pelo setor sudoeste do extraordinário município de Ubatuba - SP, com base em nossa experiência real em 13.08.2020. Nem nos finais de semana verão e antes dos info-demônios foi possível encontrar muita gente por ali, e nesta quinta-feira de agosto muito poucas pessoas estavam aproveitando a fase mais amena da quarentena para exercícios vitais ao ar livre. Com direito às paisagens incomparáveis.
Embora já é possível pernoitar no Litoral, o nosso planejamento desta esticada foi conservativo: bate-volta com foco em um determinado setor.
Exatamente aquele destacado pelo quadro roxo, enquanto o quadro azul demonstra a envergadura do litoral de Ubatuba: 80 km pela rodovia BR-101 entre divisa dos estados SP-RJ e divisa com município de Caraguatatuba - SP.
A caminhada começou no bairro Tabatinga compartilhado entre dois municípios e nosso velho conhecido dos anos 1990. Como naqueles tempos, deixamos o carro em uma das ruas do lado de Caraguá e partimos para trilhas de Ubatuba em busca de praias escondidas. E no final do dia o quadrinho roxa já estava bastante explorado:
Bem em frente do nosso estacionamento de rua já aparece a foz do Rio Tabatinga e o canto leste da Praia de Tabatinga.
Na mare alta parece uma praia modesta, mas com recuo das águas a faixa de areia molhada atinge proporções gigantescas.
No outro lado do Rio Tabatinga começa a área do nosso interesse. Foi possível atravessá-lo direto aqui para cortar o caminho, mas nesta vez resolvemos adiar o contato com água e contornamos pela ponte - um desvio de uns duzentos metros no total. Depois da ponte viramos para direita e logo passamos aqui perto, atrás das árvores mais próximas.
Surpresa no.1: aquela estreita estradinha de acesso à chamada "Praia das Galhetas" agora é asfaltada, embora de jeito um tanto artesanal. Mais algumas centenas de metros, onde outrora até conseguimos encostar carro para passar dias quentes neste pedaço, e fim de estrada, uma curta trilha leva às pedras da orla.
Bem, citei o nome desta praia entre aspas por este motivo: na mare alta não há praia. E mesmo na mare baixa areia aparece só em pedaços pequenos, mas aqui quase não há ondas e nos dias de verão aproveitamos sombras das árvores como base para natação e mergulho nestas águas. Mas hoje temos outras intenções: mais andar do que nadar, e o banho do mar ainda não foi merecido.
Antes de retorno à estrada principal, aproveitaremos este ponto para curtir a vista panorâmica da extensa Praia de Tabatinga -quase inteiramente privatizada por dois condomínios de luxo.
E ainda esta perspectiva na direção sudoeste-oeste: o Centro de Caraguatatuba fica escondido atrás daquela ponta, e antes dela ainda há outras paias longas que considero pouco interessantes.
...Agora estamos de volta às proximidades da ponte, e recuando da orla por mais 200-300 metros encontramos outro acesso para direita, nesta vez com placa de informação.
Pelo menos dois primeiros dos nossos cinco alvos estão ali!
A estrada é bem razoável, apesar da subida íngreme. Surpresa no.2: alguns trechos já têm pavimentação rígida ou semi-rígida de concreto, também artesanal. Já imaginamos que seri possível ir por aqui de carro nada pior do que um quarto de século atrás, mas escolhemos modo mais saudável de deslocamento. E dez minutos depois já atingimos o ponto alto do percurso (110 m cima do nível do oceano), de onde no fundo entre verde de vegetação aparecem cores esmeralda do Atlântico.
Mas pela distância percorrida este foi o meio do caminho até o Mirante da Ponta Aguda de onde poderemos apreciar a região toda. No caminho até lá mais uma surpresa: estradinha nova que desce para novo (e pago) estacionamento da Praia da Figueira. Antigamente houve apenas uma trilha, parece que alguém investiu boa porção de mão de obra com expectativa de apoio financeiro por parte dos frequentadores motorizados desta parte da orla.
Dez minutos depois de começar a descida gradual estamos na larga curva da estrada, na altitude de 50-55 metros acima das águas:
A mais curta das trilhas para esta praia ainda está sendo bastante usada.
Finalmente, a própria Praia da Figueira. Algumas famílias com crianças lá em baixo provavelmente usaram aquele novo acesso para veículos.
Um pouco à esquerda na distância de quase 2 km daqui fica a Ilha do Tamanduá, esticada por mais 2 km adiante - ótima proteção da enseada de Tabatinga contra fortes ondas do oceano. no sentido transversal, que deste ponto parece largura, a sua extensão é de 1 km, portanto por lá há bom espaço para trilhas. Algum dia tentaremos desbravar este pedaço usando a travessia comercial para uma das suas duas prainhas.
Mas hoje iremos na direção oposta:
A maior atração do dia é a Ponta Aguda que aparece la longe, à direita da árvore que tomou o primeiro plano. Iremos até as suas pedras pela trilha que começa na pequena Praia Mansa (à esquerda), depois de bom descanso nas suas águas e areia. Mas antes disso passaremos pela mais próxima Praia da Ponta Aguda onde termina esta estrada, embora este lugar não pode se visto daqui.
Descida em zigue-zague na sombra de floresta, e em quinze minutos após o mirante chegamos ao destino 1:
Uma dezena de carros e motos confortavelmente estacionados na área de livre acesso, mas ao lado há estacionamentos particulares pagos com boa capacidade, e até áreas de camping, parece que no verão há boa demanda.
Saindo para praia:
A ilha daqui já parece menor, e do lado sudoeste começam se formar nuvens, por hora bonitinhas.
Esta é a Praia da Ponta Aguda, nomeada em homenagem da pequena e estreita península que a protege das ondas. E a ponta da peninsula sob este ângulo realmente parece bem afinada. Hoje visitaremos esta praia de modo sem parar, apenas aproveitando a faixa de areia para chegar ao início da trilha para Praia Mansa que pode ser vista aqui à direita.
Encontramos o início da trilha escondido naquelas pedras sem dificuldades, valeu a nossa experiência dos velhos tempos. 10-12 minutos pela floresta tropical: caminho de pedras misturadas com raízes de árvores não dos mais fáceis. Mas o destino compensa, este é o nosso local de banho e descanso, praticamente particular:
Esta praia com merecido e convidativo nome "Mansa" aproveitamos bem: contemplando, relaxando, meditando, nadando...
Curtimos a vista reversa para Praia da Ponta Aguda.
E agora iremos para própria ponta, a trilha para lado direito deve começar atrás das pedras. Como sempre, nas caminhadas pelas praias remotas chegar à próxima praia é relativamente fácil, mas pode ser difícil encontrar outra saída. Nestas situações ajudam a calma e a atenção.
Vagamente lembramos que algum recuo da água foi necessário, e procuramos nos fundos da faixa de areia. Pronto! A trilha encontrada à esquerda deste grande bloco de pedra.
Em cinco minutos a trilha bem batida se desdobra. Para esquerda começa acesso a outra praia, e esta opção guardaremos para mais tarde. Mas agora seguiremos para direita.
Menos de quinze minutos de boa trilha e já começa descida, entre folhas de árvores aparecem cores do oceano.
Chegamos à Ponta Aguda!
E aqui também pararemos por um bom tempo, as vistas são de prender a respiração.
Compartilhando tudo isso com Vocês!
Agora vale a pena olhar para lugares por onde já passamos hoje:
Na direção norte claramente visíveis a nossa preferida Praia Mansa, a Praia de Ponta Aguda e o obstaculo verde entre elas. A Praia da Figueira deve estar um pouco mais à esquerda.
Aqui está, também pode ser vista desta Ponta. Mais longe na direção noroeste podemos ver a Enseada de Tabatinga, com Serra do Mar bem nos fundos. As nuvens pesadas encostadas nas montanhas indicam que caminho de retorno pode ser mais complicado, mas ainda teremos algumas horas de bom passeio. E a parte mais ensolarada da paisagem merece mais atenção:
Vista para oeste com novo ângulo de visão da Ilha do Tamanduá.
Na direção sul podemos enxergar a gigantesca Ilha de São Sebastião (distância 8-10 km, altitudes até mil metros). Hoje o ar sobre oceano é bastante úmido, portanto para descifrar esta miragem recorremos às lembranças de outras visitas à Ponta Aguda, nos dias de perfeita visibilidade;
Aqui bem perto ocorre um jogo das ondas que parcialmente quebram e parcialmente avançam sobre grande e arredondada laje de pedra. A segunda parcela aumenta com distância devido à redução da altura desta Ponta, que não parece mais Aguda.
Deste lado estamos observando um perfil bem hidrodinâmico, e o deslocamento das massas de água por cima dele impressiona e prende a vista.
...Depois da longa seção de contemplação e meditação chegou o momento de despedida com este magnífico lugar. Voltaremos inicialmente pela mesma trilha, mas só até aquele desvio.
Onde viramos para direita, e aqui começou a parte mais emocionante do percurso.
Muitos troncos de árvores caídas atravessando o nosso caminho, pontos de deslizamento de terra, mas no lugar mais crítico houve corrimão de cordas - ótimo apoio moral.
Finalmente aparece o mais distante dos nossos alvos de hoje:
A Praia da Lagoa é grande, deserta e aberta, as ondas aqui costumam ser assustadoras, mas em compensação jogam muitas conchas para areia.
Mas cinco minutos e já estamos aqui, a caminhada da Ponta Aguda foi bastante radical, mas levou menos de meia hora.
As ondas parecem menores que normal daqui, mas mesmo assim não estamos dispostos a mergulhar. Portanto logo passaremos repelente em todos pedaços de pele descoberta: as borrachudas desta prais são infernais e agora todas estão pensando que somos um alimento.
Agora podemos curtir estas maravilhas naturais de diversos tipos, cores e tamanhos, simplesmente não conheço lugares comparáveis neste quesito em Ubatuba.
Bem, mas o nome da praia não é "das Conchas", portanto por aqui também deve existir alguma lagoa. De fato existe, e fica lá, próximo a outra ponta da praia. é grande e bonita, já conhecemos na outra oportunidade, mas hoje temos outras prioridades. E próxima exatamente o início da trilha na direção da estrada, com ameaça de chuva seria bom retornar pelo caminho mais curto e mais fácil do que percorrido até aqui.
Encontramos esta trilha logo: bem batida e quase reta, na direção ortogonal à faixa de areia. Quase quinze minutos de caminhada tranquila, menos para uma família dos quatis que tomou susto por causa da nossa aproximação, e chegamos até este "filtro"que protege contra passagem de veículos motorizados.
Portanto a estrada já está perto, e isso é muito bom. Mas antes avistamos esta placa "fim da estrada", e mais algumas placas nos fundos à direita. Parece que aqui houve uma tentativa de privatização das terras, e há informação das autoridades sobre sua ilegalidade. Mas a estrada começa à esquerda e promete breve retorno para Mirante da Ponta Aguda, vamos lá!
O tempo fechou de vez, começou a garoar, mas chuva de verdade não se concretizou. Andamos uns vinte minutos até as construções nos fundos da Praia de Ponta Aguda, fechando assim a nossa volta pelas três praias e pela própria Ponta Aguda. Agora já bem conhecida subida, e logo estamos passando pelo mirante, nesta vez sem parar - precisamos vencer logo aquele ponto mais alto do percurso:
Depois disso só descida tranquila.
E assim voltamos à ponte da divisa entre municípios, a via expressa permitiu retorno da Praia da Lagoa em uma hora e quinze minutos.
Feliz reencontro com nosso caro que guardou algumas comidinhas na porta-malas. Depois de matar a fome ainda podemos passear um pouco pela Praia de Tabatinga, e no fim do dia começaremos a rodagem de volta - uns 130 km de estradas cheias de curvas.
*****
A chuva que estava ameaçando há horas começou de vez quando entramos no trecho de Praia Grande, mais uns quilômetros da BR-101 e já viramos para SP-125, rumo à Sera do Mar. No meio da subida da serra a chuva ficou misturada com neblina, mas na parte final tudo isso acaboi de vez, e a visibiliade ficou ótima:
Foi difícil acreditar que passamos dia na região que agora está por baixo deste cobertor...
E que esta "planície nevada" esconde cores esmeralda das praias ao nordeste da Ubatuba que aproveitamos uma semana antes.
Atualizado: 31.08.2020
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Ubatuba - SP
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