segunda-feira, 10 de junho de 2013

Na primeira capital de Minas Gerais


Vizinha da famosíssima Ouro Preto, por muito tempo estava na sua sombra. A pequena distância rodoviária (12 km entre centros) e a existência de trem turístico entre ambas (de sexta a domingo 2 vezes ao dia) encorajaram alguns visitantes em conhecer a Mariana também, mas até os anos 90 poucas construções históricas estavam em boas condições. E só recentemente a restauração desse patrimônio atingiu níveis dignos, convidando mais e mais viajantes a curtir uma das mais importantes cidades históricas brasileiras.


Fundada em 1686, logo se tornou centro administrativo desta parte da colônia, conquistando tal posição em disputa de produção anual de ouro. Mais tarde, uma das suas vilas cresceu, foi emancipada, assumiu funções da capital e ofuscou o centro velho. Com isso, a Mariana escapou também de desenvolvimento explosivo, e ruas da sua parte central continuaram com poucas mudanças nos últimos séculos.

As três praças principais estão bastante próximas entre si. A mais marcante, inclusive pelo nome, é a Praça Minas Gerais, com suas duas igrejas clássicas, bem parecidas e com orientação ortogonal uma a outra.



Esta é Igreja São Francisco de Assis (1763-1794), conhecida pelas contribuições dos Mestres Aleijadinho e Ataíde.





A igreja Nossa Senhora do Carmo (1784-1814) foi restaurada após o incêndio de 1999. Mas agora as duas pedem maiores cuidados, pois ficara na fila enquanto outras construções históricas estavam sendo recuperadas nas suas proximidades



E ainda há muita coisa a fazer para plena recuperação desse acervo arquitetônico, como pode ser visto desta praça mesmo, olhando para parte mais alta.



No outro lado da praça Minas Gerais há mais um destaque, Casa de Câmara e Cadeia (1768-1802), que simultaneamente cumpria estas duas funções conforme à tradição colonial - no andar principal e no porão respetivamente.



Ao lado há outras construções qua complementam bem o conjunto da praça



Entre estas maravilhas começa a ladeira da Rua Dom Silvério,



No fundo pode ser visto outro marco importante, Basílica de São Pedro dos Clérigos (1743-1752)



Nestas quadras há antigas casas de padrão mais modesto, que resistiram bem ao tempo e estão sendo bastante cuidadas nas últimas décadas.





A vista reversa também é boa.



Voltando à parte baixa do centro pela Praça Gomes Freire, mais verde de todas.







Continuando pela rua lateral, Fr.Durão.



Aqui é o centro financeiro da cidade que concentra quase todas agências bancárias. Em poucas quadras deste pedaço tudo parece bem mais simples e pobre.



Praça Sé (ou Cláudio Manoel), é o ponto zero da cidade.



Aqui está a Catedral Basílica da Sé (N.S. da Assunção, 1709-1760), considerada a maior atração na cidade, que inclusive assegurou o seu lugar na Lista de 100 destaques nacionais.



A fachada não apresenta muita sofisticação, mas o interior é muito rico: 11 altares ornados com ouro bem trabalhado (2 de autoria de Francisco Xavier de Brito), impressionantes lustres com cristal de Boêmia, pinturas de Mestre Ataíde, órgão alemão de 1701... Ao lado está o Museu de Arte Sacra, com mais tantas amostras de gênero.



As ruas próximas também esbanjam charme daqueles tempos.



Terminando assim esta pequena excursão pedestre pelo centro da velha Mariana, hoje em dia uma cidade de importância regional, com pouco mais de 50 mil habitantes.

Fotos do autor.
Atualizado 26.07.2013


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