terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Cuiabá - MT

A capital do Mato Grosso foi fundada em 1719 por bandeirantes de Sorocaba e viveu intensamente o seu ciclo de ouro, seguido pela estagnação. O crescimento econômico e demográfico ocorreu só no século XX, devido aos avanços da agricultura na região. Atualmente há cerca de 1 milhão de habitantes na região metropolitana, sendo mais de 600 mil no próprio município de Cuiabá e mais quase 300 no município de Várzea Grande separado apenas pelo rio. A altitude é abaixo dos 150 m, e o clima é quente e húmido na maior parte do ano, com estação mais amena e seca no meio do ano. A cidade tem bons índices de renda e de desenvolvimento humano, e além das suas funções administrativas concentra grande parte de serviços e comércio do estado de Mato Grosso - um dos maiores em extensão e maios dinâmicos do Brasil. O setor industrial continua focado basicamente no processamento de alimentos produzidos na região. A infraestrutura urbana se desenvolve bem, sustentando o seu crescimento. 

Cuiabá se tornou um dos mais importantes nó rodoviários e aeroviários do país, e a sua principal atratividade turística é logística - acesso a Pantanal e à Chapada dos Guimarães. Estas duas amplas e impactantes áreas de ecoturismo começam a algumas dezenas de quilômetros da cidade, portanto a sua localização é muito privilegiada. Na nossa lista 100 destaques do "Guia 4 Rodas" montada com base em atrações de 4-5 estrelas Cuiabá entrou com um ponto e exatamente deste gênero.

Destaques do "Guia 4 Rodas 2012":
1 de 4**** - PASSEIO DE HELICÓPTERO PANTANAL E CHAPADA DOS GUIMARÃES

De fato, a maioria dos turistas usa outros meios de transporte para estes destino, mas isso já não conta pontos para Cuiabá. 

Então, a própria cidade só deve ser visitada de passagem e não oferece mais nada de interessante? Não é bem assim: o Centro Histórico de Cuiabá tem alguns setores bem conservados, e esta área em 1993 foi tombada pelo IPHAN como patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico. Embora a vista aérea da zona central da cidade não parece muito condizente com este status:


Mas a cidade é bem grande, e o núcleo em questão se esconde bem nesta sua parte. Citando a referida entidade:
"...A área tombada data do final do período colonial e atualmente é uma parte do centro de Cuiabá (cerca de 10% do centro urbano). Os edifícios do núcleo tombado representam a origem e ocupação da cidade desde o século XVII até meados do século XX. Nessa área estão as ruas mais antigas de Cuiabá e equipamentos que documentam momentos marcantes da história da cidade, tanto no que se refere aos materiais e técnicas de construção quanto aos estilos. As antigas ruas de Baixo, do Meio e de Cima (atualmente, as ruas Galdino Pimentel, Ricardo Franco e Pedro Celestino) e suas travessas ainda mantêm bem preservadas as características arquitetônicas das casas e sobrados..." (IPHAN)

Por muito tempo estas ruas foram tomados pelo comércio e em parte continuam do mesmo jeito. Mas o tombamento impediu reconstruções inadequadas e foi seguido pela restauração pontual. Finalmente, em 2019-2021 na ponta norte da referida ilha que representa 10% da área do Centro, foi concluído um oásis relevante composto por Beco do Candeeiro e duas praças adjacentes:


É simplesmente exemplar, e este padrão deve aos poucos se expandir ao redor. Enquanto isso, nas quadras adjacentes alguns prédios restaurados convivem com obras em andamento, excesso de fiação e trânsito de veículos.  

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A arquitetura religiosa de Cuiabá

Cuiabá - MT

A cidade de Cuiabá já tem um pouquinho mais de três séculos, e a sua igreja mais antiga também já está chegando aos 300 anos de idade também. 


A Igreja do Rosário e São Benedito foi construída em 1722 em estilo barroco e guarda muitas das suas características originais, apesar das várias reformas que passou. Aliás, em parte graças às últimas reformas focadas na recuperação da sua fachada original, além dos reparos periódicos que todas estruturas de taipa de pilão necessitam.  

A sua colina ficou separada das ruas históricas por um cruzamento de vias expressas, talvez o mais importante na zona central de Cuiabá, e serve também como mirante.  

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Jalapão - TO

O Jalapão é um dos mais desejados e enigmáticos destinos de ecoturismo no Brasil, e visitado também cada vez mais, apesar dos limites de capacidade em muitas das suas atrações e dos custos relativamente elevados. No sentido estrito, este toponímico pode se referir apenas ao Parque Estadual do Jalapão (Tocantins), com área de 1,6 mil km2 pertencente aos municípios de Mateiros e São Félix do Tocantins. Mas a região chamada Jalapão é bem maior do que isso: sua área é de 34 mil km2 (parcialmente protegida também pela APA Jalapão), e ao seu redor existem também outras áreas de preservação ambiental, frequentemente associadas a ela. Toda esta parte do centro-leste tocantinense possui mesmas características da zona de transição entre cerrado e florestas, com imensas planícies embelezadas pelas elevações com centenas de metros de proeminência (chapadões).  


Apesar dos índices pluviométricos bastante elevados, na maior parte predomina a vegetação rasteira e até há verdadeiras dunas de areia, já bastantes famosas.


Mas em geral a água por ali não falta, e esta região de baixa densidade populacional conserva rios e lagos incrivelmente transparentes.