quarta-feira, 6 de maio de 2020

Rússia-2020, viagem virtual: 4 dias em São Petersburgo

Esta viagem virtual baseada na programação preparada por um grupo de amigos para referidos dias аoi registrada em tempo real. E a sua contraparte real continua adiada por causa das restrições com bandeira Covid-19. Algumas adaptações do plano ideal foram feitas de acordo com condições de tempo ocorridas nestes dias. No total, tivemos 4 dias completos para São Petersburgo e região: chegamos de avião no fim de tarde do dia 1 de maio e seguimos para Moscou de trem no dia 6 de manhã. Primeiro e quarto foram de sol, e aproveitamos quase 100% para passeios ao ar livre. No segundo e no terceiro dia choveu de manhã: mas melhorava no fim de tarde, portanto começamos estes dias em grandes museus, que emendamos depois com passeios cabíveis.

De modo geral, conseguimos conhecer esta grande e impressionante cidade apenas superficialmente, mas marcamos presença na maioria dos seus pontos turísticos mais famosos:



A nossa base foi bem escolhida: um moderno hotel na zona sul da cidade, com estação de metrô e Shopping Center bem em frente (fotos em baixo à direita), o que ajudou na logística de passeios. 

Mesmo assim, ao fechar as contas destes 4 dias observamos que muita coisa interessante ficou de fora: tanto museus e ruas aconchegantes do centro, quanto parques e palácios de Pushkin e Pavlovsk. Sem falar em Isla Kotlin, Gatchina e demais subúrbios históricos que ganharam projeção nos últimos anos. Ou em um pouco mais distantes cidades históricas Novgorod, Pskov e Vyborg que merecem pelo menos um dia cada;   Portanto para uma viagem real recomenda-se não apenas aumentar o tempo em São Petersburgo, mas investir neste pedaço o máximo possível.  

Confiram mais detalhes no nosso registro diário das atividades em São Petersburgo:


1-o dia (01.05.2020, sexta-feira e feriado)

Maior parte do dia voando sobre Europa: chegada em Amsterdam, conexão rápida (1h20), e mais um voo até São Petersburgo - tudo conforme às passagens compradas e no horário quase exato. Chegada no aeroporto de destino LED por volta das 17 h no horário local. Aproximadamente meia hora para trâmites de fronteira e alfândega, e já estamos na porta de terminal, portanto na Rússia mesmo(!) O nosso translado para hotel foi programado para 18 h, mas o motorista já está esperando. E logo partimos para cidade. Largas estradas de acesso andaram bem - nem sombra de congestionamentos, e em 10 minutos entramos na área urbana. E mais 20 minutos demoramos para chegar no nosso hotel estrategicamente escolhido na mesma zona sul de  São Petersburgo. Check-in rápido, hotel novinho e bem confortável, mas em meia hora já saímos para explorar a área. O tempo bastante frio (por volta das +9 C), embora sem chuva, e o cansaço da jornada aérea desencorajaram uma investida para Centro Histórico já nas primeiras horas.



Resolvemos começar em "modo de segurança" e mergulhamos no grande Shopping Center que está no outro lado da avenida e funciona até 22 h. Lá mesmo trocamos dinheiro e improvisamos um jantar festivo. E ainda compramos ingressos para um concerto no dia seguinte e fizemos compras básicas no supermercado, foi um bom começo e apreciamos bastante a nossa escolha de acomodação nesta cidade. Por volta das 21 h o sol se escondeu um pouco abaixo do horizonte, mas uma hora depois ainda estava claro como no fim de tarde: estação das noites brancas já está começando. Mais uma voltinha refrescante pelo quarteirão (a temperatura caiu para +6 C) e fomos dormir para recuperar o fôlego antes da audaciosa programação de amanhã...


2-o dia (02.05.2020, sábado)

Bom dia, São Petersburgo! Em homenagem ao nosso grupo deu um dia de sol, bastante raro por aqui. +10 C já de manhã, e com promessa de esquentar bem mais. Depois de bom café de manhã no hotel fomos na direção do mesmo Shopping Center de ontem, mas entramos pela outra porta - direto ao subsolo onde fica uma estação de metrô. Compramos bilhetes individuais para 10 viagens, o que reduz custo de cada viagem de 55 para 37 rublos, e meia hora depois já chegamos ao centro da cidade. Maior parte deste tempo foi para descer até plataforma e para subir de novo, a espera foi só de 2 minutos e a própria rodagem de 8 km com 4 paradas intermediárias não demorou mais que 10 minutos. O sistema de metrô de São Petersburgo é uma das referências mundiais em termos de velocidade e de profundidade, por causa das condições geológicas do delta do rio Neva. O lado verso é grande espaçamento entre estações, mesmo na região central da cidade. Observamos que a nossa linha 5 (violeta) é a mais nova de todas: a estação de embarque chama-se "Bukharestskaya" e opera deste fim de 2012.


 
Já a estação "Admiralteyskaya" por onde subimos ao Centro Histórico é a mais profunda em toda a Rússia: fica 120 metros abaixo de superfície: a escada rolante de lá parece uma coisa dos filmes de ficção. Mas logo na saída encontramos um esquema de objetos turísticos ao redor, e em 5 minutos chegamos à Praça do Palácio.



Ou seja naquele espaço em frente ao "Hermitage" de onde saem muitas excursões pela cidade e pelos subúrbios.

Compramos um City-tour básico de 3 h (790 RUB por pessoa) que sai às 9h30 e deve terminar na Fortaleza de São Pedro e São Paulo. Antes de tudo caminhamos para Praça de Senado, com seção de fotos junto ao monumento de Pedro Grande. Logo a seguir Catedral de São Isaac que visitamos por fora, por dentro e por cima: há um ótimo mirante ao redor da sua cúpula. Depois o ônibus passou pela famosa Avenida Nevskiy, a principal via do Centro, e andou pelas várias outras ruas do maior casco histórico do século XVIII na Europa. Paramos na Catedral de São Salvador no Sangue Derramado e outras igrejas impactantes observamos só pela janela: Igreja Católica de Santa Catarina, Igreja Luterana de São Pedro, Catedral Ortodoxa Kazanskiy.



Na parte final atravessamos uma ponte para parar no mirante da ponta da Ilha Vasilievskiy (Praça da Bolsa de Valores)



O próprio lugar é magnífico: jardim entre colunas monumentais e em frente ao prédio no estilo clássico. Somando as vistas do rio Neva, e das suas margens onde mais atenção chamam o longo palácio de "Hermitage" à direita (por onde começamos a excursão) e a Fortaleza de Pedro e Paulo à esquerda - aonde estamos indo.

Embarcamos no ônibus, atravessamos mais uma ponte e logo chegamos à fortaleza. O guia nós acompanhou até o miolo, fez uma apresentação geral, e se despediu: há muitos museus por aqui, e agora cada um continuará passeio por conta própria...

Uma grata surpresa: além daquela constelação dos museus, com várias categorias de ingressos "combo" para visitações em pacote além dos ingressos avulsos, há também algumas opções de alimentação dentro deste sítio histórico. E a fome depois do meio dia já falava alto. O primeiro restaurante que encontramos foi um tal de "Cristal" - muito bonito, mas com preços de assustar. Mas logo apareceu uma alternativa econômica e com apelo à cozinha russa tradicional: um restaurante especializado em sopas. Logo recarregamos as calorias e resolvemos aproveitar ótimo tempo para passeio mais extenso. Na própria fortaleza conhecida como “a melhor fortificação militar do século XVIII preservada na Europa” nós contentamos com uma volta geral, e entramos apenas na sua igreja principal.



Depois resolvemos sair pelo outro portão - no sentido leste. A temperatura subiu para faixa dos +16+17 C e encorajava um passeio pela alameda beira rio Petrovskaya no sentido do famoso cruzador "Aurora". Até lá encontramos muitas coisas bonitas nesta margem direita do rio, inclusive os monumentais leões da China.



A partir do "Aurora" tivemos que quase retornar à fortaleza para chegar na estação de metrô mais próxima, mas escolhemos caminho pelas ruas de dentro, e passamos em frente à Grande Mesquita de São Petersburgo. Viagem de metrô até hotel com uma conexão durou cerca de 40 minutos, e logo merecemos uma hora para descanso e lanche antes da outra investida cultural...

Nova saída foi às 18 horas, de novo para Centro, o Salão Grande a Filarmônica fica próximo à Avenida Nevskiy. Verificando pelo mapa o local exato resolvemos ir com uma conexão e desembarcamos bem perto. Apreciamos o prédio por fora, e entramos.



Andamos um pouco dentro, encontramos nossos lugares, e às 19:00 a Orquestra sinfônica começou a sua apresentação "Música da família Strauss". Foi um "mix" de valsas e outras melodias bem conhecidas, de autoria dos dois Strauss. Valeu mesmo, tanto pelo nível dos artistas quanto pela acústica, e pagamos modestos mil rublos por ingresso - bem mais barato do que cobram as famosas óperas desta cidade.

Na saída resolvemos caminhar pela avenida por um quilômetro evitando assim mais uma conexão de metrô, curtimos um pouco mais a movimentação noturna (mas ainda com claridade!) do centro, e sem dificuldades encontramos a estação "Admiralteiskaya" da nossa linha 5.


3-o dia (03.05.2020, domingo)

Bom dia de chuva, São Petersburgo! Ainda bem que consultamos a previsão de tempo para domingo no sábado à noite: todas as fontes por unanimidade asseguraram uma chuva fina de manhã e no início  da tarde. Houve apenas divergências com relação ao sol no fim do dia: pode aparecer ou não. Nestas condições uma visita aos parques e palácios de Pushkino e Pavlovsk, ao sul de São Petersburgo prevista no cronograma ideal do roteiro seria bastante problemática, portanto acionamos
o "Plano B". E ainda no sábado compramos ingressos para museu "Hermitage" com data de domingo.

Assim, o primeiro trajeto do dia foi exatamente mesmo como ontem: pela linha 5 de metrô até estação "Admialteiskaya", subida pela escala rolante 120 meros acima, e uma curta caminhada até a Praça do Palácio. Mas nesta vez usamos os guarda-chuva e não paramos na praça - entramos no próprio palácio de cor verde e de extensão assustadora. O museu "Hermitage"(http://www.russianmuseums.info/M106) é mais assustador ainda: ocupa também dois grandes prédios adjacentes. As nossas preparações para longo passeio dentro incluíram um café da manhã extremamente reforçado e barras de chocolate nos bolsos. Assim ganhamos autonomia para apreciar o máximo das obras de arte cabíveis em um dia. E esta estratégia deu certo.



Saímos para fora já no meio de tarde, nem tanto por causa de fome (há boas opções de alimentação dentro também), quanto por saturação com estas maravilhas. Com um agravante: tomamos noção de que para bom proveito deste museu é necessário muito mais que um ou dois dias.

Andamos um pouco pela Avenida Nevskiy, encontramos um bom lugar para almiço tardio e aproveitamos ambiente nostálgico da rede "Столовая №1" decorada no estilo de URSS, e tentamos seguir passeio. Mas o tempo chuvoso forçou visita a mais um palácio que estava na manga - Palácio Yusoupov - https://yusupov-palace.ru/en/visitors/schedule.



Este museu foi reaberto depois da restauração nos últimos anos e também valeu investimento (entrada 450 rublos). E na saída recebemos um excelente prêmio: o esquecido sol reapareceu no fim de tarde, e a nuvens recuaram cada vez mais. Portanto cabia mais uma programação diferenciada - passeio de barco pelos rios e canais de São Petersburgo. Há várias opções de pontos de partida e de roteiros com duração de 1h - 1h15 e custo a partir de 700 rublos por pessoa - https://spb.exc.su/ekskursiya-po-rekam-i-kanalam.html.



Aproveitamos um destes circuítos imperdíveis, e o dia terminou com alto astral. Mas não houve  forças para passeio de madrugada com show de "noite branca" e abertura das pontes por volta de 01:00, pelo contrário - fomos dormir mais cedo.

A previsão de tempo para segunda-feira é um pouco melhor do que foi hoje - as chuvas devem terminar mais cedo, mas ainda não seria um dia apropriado para curtir parques de subúrbios. O tempo firme foi prometido só para quarta-feira - justo dia da nossa viagem a Moscou, e para terça-feira algo intermediário, mas esta seria nossa última chance. Observando que Pushkino não abre na terça nem precisamos de escolher: na terça vamos para Petergof. E para segunda-feira programamos um roteiro parecido com de hoje - começando com obras de arte.


4-o dia (04.05.2020, segunda-feira)

De manhã estava frio e as nuvens pesadas quase tocaram nos telhados dos prédios mais altos, mas ainda não estava chovendo. Assim conseguimos chegar ao centro e caminhar da estação de metrô (mesma onde desembarcamos indo para Filarmônica no sábado) até o museu Russo de Arte http://en.rusmuseum.ru/ sem usar guarda-chuvas. Pagamos 1 mil Rublos por cada ingressos e continuamos a nossa programação cultural em perfeitas condições de climatização:



Andamos algumas horas por este Palácio Mikaylovskiy, periodicamente observando a evolução do ambiente externo pelas janelas. O fim da chuva coincidiu com quase início de desespero por causa  fome, e fomos para rua.

Com temperatura em torno de +12 C andamos de um lugar interessante a ouro, entrando nos prédios acolhedores para repor calorias por fora e por dentro - optamos por um fast food nacional que serve "пельмени" (ou seja capeletti a moda russa - fechadinhos e com caldo junto com carne dentro da massa). E depois disso tomamos coragem de se mandar para fora do centro, mas não diretamente ao hotel no setor sul - sudeste, e sim, para zona norte - nordeste. Para chegar até o Cemitério Memorial Piskarevskoe http://pmemorial.ru/eng-memorial andamos 4 estações pela linha 1 de metrô (agora já conhecemos 3 das 5), e depois mais uns 15 minutos de ônibus (onde o nosso cartão de metrô não funcionou, e pagamos por 50 rublos em moeda). Na véspera do Dia da Vitório este é um lugar meio obrigatório para visitação em São Petersburgo.



De acordo com estimativas oficiais e extra-oficiais, durante anos de cerco nazista aqui foram enterrados de 400 mil a um milhão de defensores e moradores da cidade, maioria deles morreu de fome. Retornamos ao hotel sob forte impressão deste parque memorial e do seu museu.

A logística do retorno que demorou um pouco mais de uma hora foi multimodal: ônibus - seis estações pela linha 1 de metrô - conexão gratuita para linha 5 - mais três estações. Os nossos bilhetes de metrô ficaram com saldo de 1 viagem só.


5-o dia (05.05.2020, terça-feira)

Finalmente mais um dia impecável de sol, desde primeiras horas, embora a temperatura de manhã ainda estava na faixa dos +10 C. Sem dúvida, vamos para Petergof. Mas como? Ir para centro para pegar um ônibus da excursão seria fazer uma rota bastante irracional: uns 15 km a mais. Translado do hotel que no caso de aeroporto foi até bastante econômico (4 mil rublos para 9 passageiros com 7 malas) para este destino ficaria por 6 mil na ida e outros 6 na volta - um pouco caro. Transporte público com 2 conexões demoraria entre uma hora e meia e duas horas só na ida... Nesta situação ajudou dica de um dos nossos sobrinhos: pedir um táxi econômico para 3 pessoas e mais um minivan para 6  - para não andar em 3 carros diferentes.


Este pequeno comboio liderado por um "Mercedes V-Class" ajudou a vencer 32 km em 45 minutos, e custou menos de 3,5 mil rublos para 9 pessoas (tinha lugar para mais uma).

Foi muito bom chegar em empo para comprar ingressos ao Palácio - é uma programação imperdível para quem ainda não foi. 



E para quem já foi duas vezes sobrou mais tempo para finalmente conhecer o Parque Alto.

Mas a maior parte do tempo em Petergof sempre toma o Parque Baixo com suas cascadas, fones e espelhos de água no meio da "floresta melhorada". 


Este paraíso se estica por vários quilômetros  nas margens do Golfo da Finlândia (quem fica hospedado no Centro ir por mar de barco rápido com hidrofólio também é uma boa opção).

No início da tarde, já com relativo calor de +16 C, andamos pela própria cidade de Petergof, e depois de almoço conhecemos a sua Catedral de São Pedro e São Paulo. Retornamos para hotel quase do mesmo jeito como chegamos a Petergof, mas pedimos só um táxi de 7 lugares. E mais duas pessoas encararam uma jornada de trem suburbano (pagando só 60 rublos cada) e duas linhas de metrô (zerando saldo de dois bilhetes) que durou quase dobro de tempo.

Outros 4 bilhetes de metrô foram zerados à noite, quando uma turma dos mais animados foi até o centro para fazer excursão pelo rio Neva com partida às 23:50.


O show de abertura das pontes valeu este sacrifício, e por volta de 01:00 o sol finalmente parou de ofuscar a iluminação dos prédios e das próprias pontes. Voltamos para hotel de táxi comum já depois das 2 h de madrugada.


6-o dia (06.05.2020, quarta-feira)

Depois de café de manhã aproveitamos o translado do hotel até o terminal ferroviário "Moskovskiy" oferecido por 3 mil rublos. Assim 3 dos nossos bilhetes de metrô de São Petersburgo ainda estavam com saldo de uma viagem (gastamos 87 das 90, então foi um bom negócio). Antes de embarque no trem doamos esses bilhetes aos passageiros aleatórios que acabaram de chegar à cidade, aumentando assim a percepção de um bom dia para mais três pessoas.



E a nossa percepção positiva foi reforçada pela emoção de experimentar um autêntico "trem-bala", embora não dos mais rápidos do mundo ou da Europa. Partida às 9:11 foi quase imperceptível, mas logo alcançamos velocidade acima de 200 km/h.

Em 4 horas vencemos setecentos quilômetros até Moscou, quase em linha reta, e ainda coube algumas paradinhas curtas. A rodagem foi confortável, e as vistas bastante monótonas, então foi bom para cochilar. Principalmente para aqueles que pagaram parte da noite anterior pelo show das pontes.

Continuando em 
Rússia-2020, viagem virtual: 5 dias em Moscou
Atualizado 19.05.2020

...cartão de visita São Petersburgo, RÚSSIA
...lista RÚSSIA


Um comentário:

  1. Que viagem incrível meus estimados amigos.
    Com tanta riqueza de detalhes, fiquei bastante empolgada em continuar viajando por este país incrível.
    Agradeço imensamente ao amigo Viktor e sua esposa Ekaterina pelo empenho e dedicação para que tudo saísse a contento. Gratidão!
    Desejo imensamente que em breve possamos realizar de modo concreto esse adorável passeio por esse magnifico país.

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