A parte aérea desta viagem e a sua programação inicial (rodada em maio de 2020
apenas na forma virtual) foram apresentadas na saga Uma jornada intercontinental entre ondas do infodemônio "COVID-19", e agora contaremos as impressões daquelas quatro semanas que passamos, depois de tanto tempo, na
nossa região natal.
"Tudo tem seu lado verso", inclusive aqueles desastres inimagináveis, como a
ocorrência que excluiu da nossa programação presencial "Rússia-2020" não só a
participação dos sete amigos brasileiros, mas também 3 principais dos 4
destinos turísticos que planejamos percorrer juntos em 18 dias. Só sobrou o
ponto final, a nossa querida cidade de Samara, mas agora não no formato de "3 dias de turismo em grupo na cidade mais
10 dias de assuntos burocráticos além da parte social e do turismo livre na
cidade e região" e, sim, "até 28 dias de assuntos burocráticos em paralelo à parte social e ao turismo livre na cidade e região". De fato, nos tempos de
"COVID-19" a parte burocrática realmente ficou mais lenta (ainda bem que não
travou de vez) e esta flexibilização de prazo ajudou mesmo no cumprimento de
tal item. A parte social também agradece: embora alguns (poucos) dos amigos e
parentes se fecharam mesmo, outros (também poucos) precisaram de mais tempo
para agendamento dos encontros, os firmes e fortes conseguimos encontrar mais
vezes neste prazo alongado, e isso é o que realmente vale a pena.
Já a parte turística nem falar: com tempo maior e com espalhamento geográfico
menor fizemos a "malha fina", e o grande destaque regional merecidamente ficou em foco: o Rio Volga, pela primeira vez nos últimos 28 anos em cores de outono:
E como pode ser visto na colagem acima, andamos pelas margens do maior curso
de água da Europa não só na cidade de Samara, mas também em dois pedaços do
Parque Nacional na margem oposta. Além disso visitamos a 2-a, a 3-a e a 4-a
maiores cidades da mesma unidade federal, também bem perto deste rio: a no.2
contribuiu para a colagem fluvial com foto superior direita - vista quase
infinita da represa, e na no.3 paramos pela primeira vez depois de dezenas de
travessias de trem.
Não podia faltar também uma esticada no sentido leste, para região de Oremburgo, a origem das nossas famílias, e até visitamos, também pela primeira vez, o seu centro administrativo (Oremburgo mesmo, o que significa justamente "a cidade oriental" em alemão) que antes costumamos passar de trem com paradas relativamente curtas. O pedaço que exploramos naquelas 4 semanas ficou assim posicionado no mapa da Rússia europeia e dos seus vizinhos imediatos - a Europa Ocidental e a Rússia asiática (que não coube por inteira aqui) com Cazaquistão ao seu lado:
A incidência maior das nossas andanças acusa a localização da Samara (1,2 milhões de habitantes), com seu aeroporto no limite norte e com uma cidade satélite ao sul (no.4 da Província de Samara, mais 150 mil), e dois focos próximos situados à esquerda identificam a no.2 e a no.3 da mesma província (mais 1 milhão no total). O foco no extremo oriente (Leste-sudeste, para for mais exato) é a cidade de Oremburgo, um centro provincial e da indústria de gás com quase 0,6 milhões de habitantes, e dois pontos intermediários delimitam as nossas raízes.
Província de Oremburgo (Оренбургская область)
Por uma ironia de destino, alguns anos da nossa concepção por ali ou em Samara, os nossos pais, então adolescentes, foram expostos aos efeitos de uma explosão nuclear ao ar livre, rigorosamente omitida até os últimos tempos, mas agora bem conhecida, e exposta até exposta com um certo orgulho no museu regional da cidade de Buzuluk - na metade direita da seguinte colagem:
Na metade esquerda estão as coisas mais tradicionais deste museu, muito frequentado por um de nós na infância - a casa dos avós estava bem perto daqui. Nos outros tempos a cidade de Buzuluk serviu como um nó logístico para dois - em frequentes visitas aos familiares mais ao leste, portanto não perdemos oportunidade de pаsseios nostálgicos por lá, e não apenas pelo cemitério.
Álbum fotográfico desta cidade:
2020 RUS Бузулук - Buzuluk
Um dos dias dedicamos à cidade de Oremburgo, cujas atrações conhecemos em companhia com uma prima que mora lá:
2020 RUS Оренбург - Oremburgo
A parte central agradou pela ampla e longa rua pedestre com muitos monumentos de vários estilos, mas poderia ser visitada só para bater cartão na patética divisa Europa-Ásia que passa pelo rio Ural. Outro lugar imperdível fica na zona Leste:
Nos fundos do monumento de Yuri Gagarin (que aprendeu a pilotagem na academia militar local) há outro calçadão bem frequentado, chamado "aldeia das nações". Neste pedaço estão concentrados centros culturais e restaurantes típicos das dez mais numerosas etnias desta região: russa, alemã, basquir (de Bascortostão), cazaque, tártara, mordva (de Mordóvia), chuvache, bielorrussa, ucraniana e armênia.
Mas a maior parte da semana nesta unidade federal passamos na zona rural, naquele local indicado no mapa pela casa solitária, bem no meio entre grupos de atrações de Oremburgo e de Buzuluk:
A infância da Ekaterina passou neste pedaço, entre estepes intermináveis com solo preto fértil e muitas plantações de trigo grão duro e de outros cereais nobres, e uma das irmãs dela continua morando por lá.
Província de Samara: Syzran (Самарская область: Сызрань)
A terceira maior cidade desta unidade federal conhecemos só no final de setembro de 2020, embora já inúmeras vezes passamos por aqui de trem pela rota entre Samara e Moscou. A impressões anteriores foram mais do rio Volga que sempre atravessamos pela longa ponte (1436 metros em 13 lances treliçados): indo para Moscou uns 20 minutos antes de chegar na estação. Alias a construção desta ponte em 1876-1880 viabilizou a própria
Ferrovia Trans-Siberiana, o seu nome original é "A Ponte do Imperador Alexandre", e a sua duplicação ocorreu em 1949-1957.
Depois por mais alguns quilômetros a ferrovia segue pela beira rio, com ótimas vistas fluviais, mas a cidade, um importante centro industrial e nó ferroviário, só mostra aos viajantes em trânsito os trilhos e pátios deste transporte e algumas casas pequenas encravadas nas proximidades. Apenas depois de parada na estação do lado direito aparecem em perspectiva grupos de prédios maiores e campanários das igrejas que na última década ganharam mais cores e brilho. Pesquisamos o assunto e tomamos nota das restaurações feitas por lá - de importância pelo menos provincial, portanto fomos conferir.
De novo pelos trilhos, a distância de uns 150 km foi percorrida de trem suburbano em 2,5 h (o acesso rodoviário este caso é mais longo e não compensa). Começando com a já conhecida estação, mas agora descemos aqui, e depois de visitar banheiros, lanchonete e monumentos deste pedaço atravessamos os trilhos pela passarela e caminhamos para lado esquerdo da cidade, onde procuramos outro monumento - bem especial:
Este helicóptero Mi-24 (quase igual aos Mi-35 operados pela FAB) foi instalado na entrada da Academia da Aviação do Exército da Rússia. Cumprindo esta promessa tomamos ônibus para Centro e logo encontramos o que resta agora do antigo Kremlin de Syzran fundado em 1683, na beira do rio Syzran próximo a sua foz no Volga:
A única torre da cidadela que sobreviveu até agora está no lado direito, e ao seu lado está a mais antiga igreja da Província de Samara - a Catedral (histórica) de Natividade (1717). Já as fotos do interior a do campanário maior apresentam a sua sucessora - a Catedral de Kazan (1872).
O parque beira-rio e a avenida central da cidade estavam em plena reconstrução:
A alguns prédios históricos ao longo da avenida já foram restaurados e outros tantos ainda estavam pedindo maiores cuidados. Imaginamos que em 1-2 nos será bem comparável com a zona central de Oremburgo que visitamos uma semana antes, portanto esta excursão valeu também. Provavelmente, foi a segunda maior descoberta da viagem, depois da relembrada agora cidade de Oremburgo.
As atrações de Syzran formam o bloco mais ocidental no mapa acima (na margem direita), e o álbum completo de fotos daquele dia está aqui:
2020 RUS Сызрань - Syzran
Província de Samara: Togliatti (Самарская область: Тольятти)A segunda maior (mais de 700 mil habitantes) e a mais moderna cidade da região fica a 80-100 km de Samara no sentido noroeste, e a ligação rodoviária entre duas é exemplar. Gostamos de andar por lá na época de faculdade, mais depois disso nunca voltamos. Até um sábado de outubro passado quando aproveitamos carona no comboio de 2 carros dos nossos amigos de Samara: três gerações da mesma família iam visitar uma nova atração da cidade vizinha.
Seguimos direto (pela rodovia contorno) para parte mais nova e mais distante da Togliatti que foi construída a partir dos aos 1960 entre margens da represa e a gigantesca fábrica de automóveis "Lada" fundada na mesma época. E começamos passeios pelo parque costeiro, curtindo a infinidade do "Mar de Zhiguli", com águas incrivelmente calmas.
Depois paramos em mais dois parques desta "Cidade Nova" com amplas e retas avenidas, bem no estilo das asas do Plano Piloto de Brasília DF. Nas últimas décadas neste bairro apareceram várias igrejas, séries de monumentos e alguns prédios mais altos. Tudo ficou mais arrumadinho e o povo pareceu mais alegre e gentil do que outrora.
Depois de todos esses aperitivos (protocolados no álbum
2020 RUS Тольятти - Togliatti) chegamos ao objeto principal da expedição: um parque-museu inicialmente criado pela administração da "Lada" e transformado pelos entusiastas em grande exposição técnica ao ar livre -
Coordenadas Google Maps
Um salão com modelos históricos (começando com aquele 2101 do ano 1970) e protótipos da "Lada" faz parte do complexo, que foi incrementado pelos caminhões, canhões e blindados utilizados na 2-a Guerra Mundial:
Depois a coleção foi expandida agregando outros exemplares de equipamento militar aposentado, tanto do mesmo gênero quanto das outras modalidades - aeronáutica, defesa antiaérea etc. O grande destaque na atualidade é um submarino que pode ser visitado por dentro também - o maior do mundo na categoria de não-nucleares.
Mas para nós o mais interessante foi conhecer os aviões e helicópteros. Houve 26 no total (19 + 7), e os mais memoráveis apresentaremos na seguinte colagem:
Província de Samara: Rozhdestveno (Самарская область: Рождествено)
Entre mais memoráveis foram aqueles dias quando atravessamos o rio Volga para longas caminhadas pela outra margem. O parque nacional que antes ocupava apenas a parte florestal desta grande península fluvial agora se expande até os limites dos pequenos povoados na beira rio. Mais justamente um deles escolhemos para primeira investida: um bairro rural fundado em 1578, ou seja 8 anos antes da fortaleza de Samara - Rozhdestveno ("Natividade"), que guardou alguns vestígios dos séculos passados (em diversas condições de conservação ou restauração).
Na parte residencial agora é uma mistura de uma vila rural tradicional e um bairro de veraneio com construções novas que seguem mais ou menos o estilo retro. Há também serviços turísticos para exploradores do parque nacional cujo território começa logo no fim da rua principal.
A travessia do rio na ida foi a parte mais nostálgica - feita de um tradicional "bonde do rio" que surgiram nos anos 1970 (tipo "Moskva", n.s.37: com 2 decks que cabem até 240 passageiros). Eles circulam hora em hora e com parada intermediária levam quase meia hora para chegar ao destino.
Há também opção de grandes balsas (foto superior direita) que operam desde velhos tempos 5-6 vezes por via, mas ela é usada basicamente para travessia com veículos. Na volta testamos um serviço novo - lanchas rápidas de lotação para até 11 passageiros, muito frequentes e objetivas: apenas 6 minutos até o mais próximo atracadouro da cidade. Mas a sua eficiência não combina com contemplação da fachada fluvial de Samara, as fotos da cidade do lado do rio só tiramos na ida:
Foi um bom treinamento e na próxima oportunidade dedicamos dia inteiro para travessias mais longos e passeio mais ecológico já dentro do próprio parque nacional. Álbum de fotos deste passeio:
2020 RUS Volga: travessia e vila Rozhdestveno
Parque nacional Samarskaya Luka (Национальный парк Самарская Лука)No nosso mapa de caminhadas em Samara e nas proximidades (colagem seguinte, à esquerda) o passeio em "Natividade" aparece apenas como uma bolinha na margem oeste do rio Volga, bem em frente à cidade. Já o segundo roteiro rendeu muito mais e merece ser destacado na ampliação à direita do mapa geral:
Foram 13 km pela margem do rio ao pé da serra e uma subida-descida para apreciar o melhor mirante do pedaço. Ponto inicial da caminhada e o mais distante do roteiro todo foi atracadouro do bairro rural Shiryaevo, para subir rio acima até lá curtimos mais de 2 horas ao bordo do outro veterano de transporte fluvial: tipo "OM" fabricado em 1951-1968, n.s.318 (também 2 decks para até 240 passageiros, mas completamente fechados).
Na volta de novo "Moskva", mas agora n.s.39, que em 1,5 horas desceu do atracadouro "Gavrilova Polyana" até o porto de Samara.
As vistas das margens do rio, começando com silhueta da cidade foram uma atração à parte.
No trecho final estamos mais atentos ao lado oeste: a partir do bairro de veraneio Gavrilova Polyana (colagem seguinte, lado esquerdo da parte superior) já começa o pedaço planejado para caminhada.
As cores de outono enfeitaram bem esta serra coberta de floresta. No centro da parte inferior na colagem acima aparece o mirante "Cabeça de camelo" que tentaremos aproveitar na parte pedestre do roteiro. Que começa nas ruas de Shiryaevo, com visita obrigatória ao escritório do parque nacional e compra de ingressos com validade de um dia. Alias a partir de Shiruyaevo começam várias rotas turísticas pela reserva natural, e até há serviços de lotação para chegar mais perto de algumas atrações. Mas o nosso plano por hoje é só seguir o rio Volga, nesta vez nem entramos no museu do pintor Repin que é o maior orgulho de Shiryuaevo (conhecemos umas década atrás, realmente vale a pena).
A rua do museu continua fora da vila, já como estrada de terra e cascalho transitável por mais 2 km. Depois começa a trilha, e há placas de informação em todos os trechos (inclusive do ramal para mirante), bem como algumas áreas de descanso e banheiros.
Com ótima qualidade de ar e temperatura na faixa dos +12C este caminho é muito agradável. O rio sempre está por perto, embora na maior parte do caminho escondido por vegetação. Mas alguns passos para lado abrem vistas muito amplas:
Entretanto não deixamos de subir para "Cabeça do Camelo" que abre panorama mais completo:
Desta altura até as embarcações turísticos de 4 decks parecem pequenas (e não são, comparem com a largura do rio - pelo menos 1,5 km). E o próximo "OM" do tipo que nós levou até Shiryaevo impressiona ainda menos. Deu também para ver a movimentação aérea do aeroporto KUF por onde chegamos à Samara algumas semanas antes.
Voltando para cidade já no fim de tarde:
Álbuns de fotos:
"Arena Samara" ("Арена Самара")
Uma das novas atrações de Samara é aquele estádio de futebol que foi construído para Mundial-2018, palco do jogo das oitavas "Brasil 2:0 México" entre outros. De longe avistamos este objeto espacial pelo menos duas vezes:
Do lado sul navegando pelo rio Volga para Rozhdestveno e do lado nordeste, voltando de uma viagem de carro. É intrigante mesmo, portanto aproveitei convite de um amigo e fui com ele para assistir jogo do time local, atualmente líder da equivalente à Série B nacional (e ainda no dia desta publicação se classificou para final da Copa da Rússia).
De perto o estádio também corresponde às expectativas, e o grande parque ao redor cheio de ciclovias é outra boa nova.
Dentro é bem confortável, e o conjunto das dependências é mais surpreendente ainda. Valeu o passeio, mesmo sem tanto interesse pelo futebol nesta nossa fase de vida.
Finalmente, a própria cidade de Samara (Самара)
Houve também vários outros encontros com amigos e com familiares e outras jornadas culturais em companhia deles: uma vez ao Teatro de Drama e duas vezes ao Conservatório.
Os concertos da música clássica foram um verdadeiro prémio pela viagem em condições adversas.
Depois de todas andanças comentadas nas partes anteriores, contabilizamos que maior parte da nossa quilometragem pedestre rolou em Samara mesmo. O tempo estava bom e aproveitamos muitos dias livres para ir aonde quiser.
Estes trajetos foram percorridos a pé mesmo, e os conexões feitos de carona em carros de sobrinhos(as) e amigos(as) ou de transporte público. Os segmentos sudoeste (pequeno no canto inferior direito) e norte representam bairros novos.
E voltando a pé da zona norte não perdemos oportunidade de entrar no nosso parque preferido - perto da "alma mater" (umas décadas atrás até fugimos de algumas aulas para lá):
O parque se estica até o rio Volga e passamos lá algumas horas especiais, com direito ao almoço e aos contatos com esquilos, além de muitas lembranças e vistas panorâmicas.
No mapa das caminhadas há também duas "ilhas" à direita. É o bairro da zona leste onde moramos em 1988-1992 e agora fizemos visitas tanto familiares quanto de ordem burocrática.
Mas de passagem também curtimos algumas partes interessantes de tal "Bezymyanka" ("O Sem Nome") - bairro industrial com zona residencial apartada que surgiu durante a 2-a Guerra Mundial nas proximidades da ferrovia, em consequência de deslocamento das fábricas de aviões da parte ocidental de país sob ameaça de ocupação alemã.
E o principal "continente pedestre" nosso no mapa acima engloba todo o Centro Histórico junto à foz do rio Samara e algumas esticadas mais ao norte. O magnífico terminal ferroviário de Samara com seu mirante também fica nesta zona, no lugar do prédio original de 1877, e foi concluído em 2001. É o mais alto edifício desse gênero na Europa, e naquela época fio o mais alto da cidade também (101 m).
Mas nos últimos anos perdeu algumas posições no ranking municipal, e o recordista atual pode ser visto na foto central superior da colagem acima (no canto esquerdo). A nossa hospedagem principal nesta estadia em Samara foi a duas quadras dali, justamente no sentido do terminal ferroviário, e nesta ampliação da planta da zona central foi indetificada com no.2:
O no.1 é o próprio terminal ferroviário por onde deixamos a Samara pela última vez no dia 08.10.21, e o no.3 é o local onde o autor deste relato morava primeiros 8 anos da sua vida.
Já o no.4 é o local de fundação da cidade, então fortaleza, oficialmente atribuído ao ano 1586, e agora encontramos lá uma réplica parcial daquela construção original.
E no novo (para nós) Museu Histórico Municipal há um maquete que supostamente representa Samara do século 16. Este museu fica só a algumas quadras do "ponto zero", em um dos sempre jovens prédios de tijolo vermelho datadas pela segunda metade do século 19 (provavelmente mentira, podem ser uma herança da civilização pré-diluviana) abundantes naquele o mais histórico setor do Centro Histórico.
Cujas ruas percorremos quase todas (como mostra o último mapa), sendo alguns trechos várias vezes, e o segundo objetivo principal foi a apreciação do patrimônio arquitetônico da "Samara Velha". Algumas amostras de épocas e estilos diferentes estão aqui:
Bem, falando em objetivos daquelas andanças, o primeiro objetivo sempre é a própria caminhada, e nesta vez houve também terceiro: identificar locais onde durante a 2-a Guerra Mundial estavam embaixadas dos países aliados (EUA, França, Grã-Bretanha e satélites...) e nem tanto (Japão, por exemplo). Encontramos mais de uma dúzia de placas memoriais em mármore, aparentemente colocadas só na véspera do Mundial-2018, inclusive estas:
O tema "A capital suplente (e segreda) da URSS" ainda pode gerar uma postagem dedicada, com muitas detalhes interessantes e também bastante ilustrada.
Além das placas memoriais encontramos também vários monumentos novos bem no coração da cidade, inclusive bastante surpreendentes:
Isso não significa que absolutamente todos surgiram já depois da nossa visita anterior em 2017 (alguns sim, com certeza), ou não foram vistos naquela vez, mas em todos prestamos atenção só agora. O gato deitado ao lado da janela parece ser o mais popular - tantas pessoas tocam nele que ficou parcialmente polido. Mas junto com janela e cortina ele apenas complementa aqui o herói principal - radiador de aquecimento residencial a vapor inventado em 1855. Este singelo monumento ignoramos por várias vezes antes, já que foi instalado 150 anos depois da invenção - em 2005.
Apesar de todas essas descobertas históricas nas ruas da "Samara Velha", a maior incidência das nossas marchas foi pelos parques longitudinais que acompanham a margem do rio Volga. Principalmente naquela parte mais tradicional entre o porto fluvial e a antiga cervejaria (o monumento do seu fundador junto ao seu prédio histórico também faz parte da colagem anterior):
Além de ser mais próxima ao nosso ponto de partida, ela também foi muito frequentada por um de nós na infância.
Mas na hora de pôr so sol preferimos andar pela parte mais nova esticada ao norte, onde passamos mais tempo juntos nos anos de universidade e depois (inclusive na praia - muito popular de junho a agosto):
A Samara é interminável, mas este relato agora termina, sim. Alguns complementos fotográficos estão aqui:
Apesar da moda atual esta não foi uma viagem virtual, tudo ocorreu de verdade, e assim certificamos a nossa presença em setembro-outubro de 2020 no pedaço apresentado:
Atualizado: 21.04.2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário