sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Expedição "Vivências Jalapão 2021-5d", dia 3

Este dia literalmente foi o miolo da nossa viagem: estávamos no afastamento máximo de Palmas e avançamos relativamente pouco, nesta vez no sentido circunferencial. Em compensação tivemos quatro paradas muitíssimo relaxantes: três para flutuar em incríveis piscinas naturais com olhos-d´água típicos de Jalapão, chamados "fervedouro", e outra para curtir uma das mais belas quedas de água - a Cachoeira da Formiga. Portanto boa parte do dia ficamos de molho, nadamos, mergulhamos ou simplesmente admiramos estas quatro joias da natureza: 

E as chuvas? Sim, caíram de novo, mas tomando cuidado de não atrapalhar a nossa programação: bem distribuídas e somente nas horas de estrada. Assim, neste quesito também foi um dia excepcional. 

Partimos da pousada antes das 7 h para logo parar no mesmo restaurante onde jantamos ontem, o café da manhã também foi servido lá:   


Estes dois objetos da infraestrutura ficam quase nos lados opostos da Mateiros, o que não significa que são muito distantes: de fato a menos de 1 km. O padrão de construções e de acabamento foi idêntico, portanto tivemos impressão de que não se trata de simples cooperação, provavelmente são dois braços do mesmo negócio. 

Antes de nós despedir com a hospitaleira Mateiros TO, ainda paramos para fotos com sua maior atração urbana. 


E partimos rumo ao norte. A distância rodoviária entre pousadas de partida e de chegada é de 80 km (de terra), mas com incursões para quatro destaques do dia e mais para almoço (no.3) rodamos uns 50 km a mais e aproveitamos este dia do início até o fim.



Por volta das 8h30 chegamos ao nosso ponto No.1 do dia e primeiro dos quatro fervedouros que conhecemos nesta viagem: ainda no município de Mateiros TO (23 km pela TO-247/110 e mais 1,5 km do seu ramal esquerdo). O amplo estacionamento ainda estava vazio, e isso é um sinal que não teremos que aguardar na fila: a panelinha é relativamente pequena e podem entrar apenas até 6 pessoas por vez, com determinado tempo de cozimento. 

A trilha entre estacionamento e o epicentro é uma atração em si: começa no cerrado e termina na selva.

E tudo é muito bonito. Leva uns 15 minutos de caminhada tranquila (1 km sem aclives), para chegar a este fenômeno natural:


O termo "fervedouro" no jargão de Jalapão significa uma nascente forte (olho-d´água) onde água jorra do lençol freático pelo fundo da piscina natural formada por ela. Este fundo arenoso fino fica "vivo" em alguma parte do leito, criando a impressão literalmente de areia líquida. Mas ao pisar neste fundo estranho as pessoas entram em flutuação e não conseguem afundar nem querendo: a força de sustentação criada pelo fluxo vertical ascendente de água misturada com areia é notável.  

Logo o primeiro sexteto do nosso grupo já estava lá dentro e experimentava sensação de água fervente mesmo com a temperatura ambiente: este fluxo subterrâneo de água traz consigo bolinhas de ar que emergem do fundo da piscina natural da forma aleatória. 

Assim, em vinte minutos ninguém ficou cozido nem um pouco, e todos saíram meio sem querer, mas já chegou a nossa vez. Ao explorar cuidadosamente o perímetro desta pequena lagoa, observamos que as águas periféricas são bem calmas e tendem a acumular folhas e galhos caídos das árvores ao redor. Portanto ficou claro que os proprietários capricham na manutenção desta piscina, mesmo sem usar o cloro. 

Gostamos da diversão em água transparente e azulada que ferve bonito, mas continua muito carinhosa com banhistas. E depois deste fervedouro bem raso sentimos ansiedade em conhecer também alguns mais profundos e de força maior.   

...Seguimos o nosso caminho: mas não por muito tempo: voltamos para TO-110, avançamos mais 3 km para norte e viramos de novo, nesta vez para direita: mais 6 km até o ponto no.2.


2 - Cachoeira do Formiga

Esta cachoeira de águas azuis cuja transparência eventualmente excede a da Lagoa do Japonês (a nossa principal conquista do dia 1-o) prometeu tanto que nem pensei em tirar fotos melhores do que já foram mostradas pela empresa organizadora da nossa expedição. 

(Imagem da Cerrado Rupestre)

Ainda observando que nesta vez o lugar já estava um tanto lotado, resolvi guardar a câmara e o telefone na mochila e aproveitar a vida neste pedaço mais intensamente. A queda de água não é alta, mas tinha muita força e nadar até ela contra correnteza foi uma aposta perdida. Mas só para quem se agarra muito à superfície: mergulhando para fundo avançamos muito melhor e conseguimos emergir bem no epicentro. Os caminhos laterais também foram factíveis, portanto quase todos quem gosta desse tipo de hidromassagem conseguiu tomar ótimas doses.

Observação de peixes nesta água ultra transparente foi mais uma diversão boa, principalmente quando usamos óculos de natação. A ainda sobrou tempo para nadar, flutuar...

(imagens de Google Fotos)

Descendo rio abaixo a algumas dezenas de metros desta piscina principal encontramos mais uma, menor, mas também com escadinha de madeira que facilitava saída da água (ou entrada para quem quiser). 

(Imagem da Cerrado Rupestre)

A nossa presença neste lugar acabou sendo registrada pelo smartphone do nosso grande amigo, além de "selfie" dele próprio:


Por volta das 11h20 deixamos a Cachoeira do Formiga meio exaustos mas muito felizes, rumo ao almoço.


3 - Comunidade Mumbuca

Para chegar neste lugarejo fizemos todo o caminho de volta ao estacionamento do Fervedouro do Ceiça, e seguimos no sentido oeste (à esquerda da TO-110) por mais 9 km. Por aqui também há um fervedouro aberto para visitação e uma pequena praia fluvial, mas a nossa programação neste pedaço foi focada em outras coisas:

Visitamos um centro comunitário, com lojinha de artesanatos (tudo feito do famoso capim dourado), almoçamos em mais um restaurante simples com autêntico fogão a lenha e opções básicas da comida caseira no modo self-service, e logo seguimos a jornada. 

De novo percorrendo aquele trecho até a TO-110 e de novo avançando ao norte, nesta vez bem mais do que 3 km. Os dois fervedouros que completaram o nosso cardápio de hoje estavam já nas proximidades do ponto final em São Félix do Tocantins, portanto entre pontos 3 e 4 cabia mais de metade das estradas de hoje. E a maior parte das chuvas do dia desceu do céu exatamente nestas duas horas e meia de trânsito. 


4 - Fervedouro Bela Vista

De um lado do estacionamento há uma boa pousada e de outro grande restaurante que atende tanto hóspedes quanto os demais visitantes. A passarela de conexão entre áreas de hospedagem e de alimentação é descoberta mas permite evitar possíveis alagamentos por excesso de precipitações. Daqui começa a trilha para fervedouro que passa no meio do mato e não conta com este piso de madeira levantado: depois das chuvas pesadas desta tarde temos que driblar pequenos lagos ou antecipar a próxima seção de banho.  

Esta piscina natural é bem maior do que aquela onde hoje de manhã ocorreu o nosso batismo, e a sua profundidade também varia bastante. Mas já sabemos que flutuar sobre nascentes fortes é uma ótima diversão:


Como pode ser notado pelo ângulo desta foto, o Fervedouro Bela Vista conta até com uma torre de observação. Percebemos também a existência das luminárias que podem esticar o tempo de visitação para hospedes da pousada local. 

A dentro deste fervedouro encontramos vários olhos-d´água de tamanho, força e coordenadas variáveis. Os mais intensos produziram jatos de água bem carregados de areia, o que não ocorre no caso dos menores.

A nossa seção nestas águas foi de novo de 20 minutos e terminou às 16 h. Outros 20 minutos gastamos para trilha de volta e curto descanso na área de lazer, antes de embarcar nos nossos carros. 

Próximo trecho foi bem curto (uns 7 km), mas com estrada cheia de água e lama e com araras que chamaram tanta atenção não tivemos muita pressa. 


5 - Fervedouro do Alecrim

O estacionamento fica ao lado da Praia do Alecrim nas margens do Rio Soninho.


É um lugar simplesmente bucólico e de muita paz. Vamos ficar aqui?

Bem, há uma indicação de fazer esta trilha e lá no final decidir onde entrar na água. 
 

Aliás, há algumas ramificações do caminho, mas o principal é fácil de achar: atravessando uma plantação de bananas pela passarela de madeira.

Mais um fervedouro de bom tamanho e de água transparente, mas as cores azuis agora não aparecem nem no céu nem na água que reflete tanto a brancura das alturas quanto o verde da vegetação ao redor.


Este lugar também é equipado para visitação noturno, e na nosso roteiro foi prevista a possibilidade de chegar aqui já depois de pôr-do-sol, mas conseguimos bem antes, e enquanto não aparece mais ninguém, os nossos 20 minutos nem começarão a contar. 
 

No fervedouro do Alecrim encontramos peixes de tamanho mais expressivo do que nos anteriores, mas não houve nenhum tipo de conflito entre eles e o nosso grupo. 

Aproveitamos este relax ao máximo, e, completamente satisfeitos, deixamos este lago para ninguém, só por vontade própria de chegar finalmente ao pouso noturno de hoje.


Chegada - Pousada São Félix do Jalapão

A mais ampla das pousadas no nosso roteiro até tem estacionamentos de veículos em frente a cada apartamento, portanto as operações de descarregamento da bagagem rolaram com toda agilidade. 
 

Finalmente algo parecido com a contemplação do pôr-do-sol, o horizonte na nossa frente estava assim:


É aquela mesmo Serra do Espírito Santo que iluminava os nossos caminhos ontem e hoje. Agora estamos vendo ela do lado norte, da distância cerca de 40 km, e as dunas estão escondidas próximo à ponta sul, duas vezes mais longe. À direita desta atrás das árvores aparecia outra chapada, um pouco mais perto, mas deixaremos para amanhã a busca de melhor ângulo de visão no sua direção.  

A partir das 20 h tivemos jantar no espaçoso refeitório da pousada, mais uma vez "self-service" e com maior variedade de comida e de bebidas em comparação com padrões do nosso almoço no caminho. E as bebidas tiveram sucesso ainda maior do que nas noites anteriores por causa desta festa-surpresa.

A nossa aniversariante do dia ganhou um bolo muito saboroso preparado pelo pessoal da operadora "Cerrado Rupestre" e recebeu muitos parabéns do grupo, cada vez mais unido. Mas não esticamos este evento muito, às 22 h começou o sagrado horário de silêncio, tão importante para recobrar a disposição antes das estradas do dia seguinte.

As fotos do 3-o dia: 2021 TO Vivências-D3


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...Expedição "Vivências Jalapão 2021-5d", dia 1
...Expedição "Vivências Jalapão 2021-5d", dia 2
...Expedição "Vivências Jalapão 2021-5d", dia 4

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