Primeiro dos cinco dias desta intensa viagem foi um verdadeiro batismo pelas estradas tocantinenses: quase 370 km, e este recorde de rodagem jamais foi superado na continuidade do roteiro. De fato, foram uns 40% de todo percurso, embora só neste dia a maior parte foi pelo asfalto - que depois disso abandonamos de vez e reencontramos só nos trechos finais dos dois últimos dias. Portanto a participação deste dia em álbuns de fotos é bem modesta, mas isso não significa que passamos o tempo todo na estrada. O trecho inicial sim, foi um simples reposicionamento do nosso hotel em Palmas TO, que deixamos antes das 8 h de manhã, até a pousada na periferia de Ponte Alta de Tocantins TO: 160 km em 2h20m. Mas, em vez de descarregar as bagagens e fazer check-in, paramos lá só para um curto descanso e logo começamos uma longa investida na direção sul, onde foram prometidas duas grandes atrações do dia: Lagoa do Japonês e Pedra Furada.
(imagens de Google Fotos)
E realmente conhecemos estes dois fenômenos de perto, o primeiro deles até muito bem, e ele valeu mesmo a jornada do dia. Mas nesta ilustração só usei fotos de domínio público disponibilizadas pelo serviço da "Google" - por não ter acesso com minha câmara a esses ângulos de visão nos cantos da lagoa e por um motivo de força maior no caso do morro vazado. Contarei isso na sequência do relato, de acordo com a cronologia.
Palmas - Ponte Alta do Tocantins
O nosso "Select Hotel" serviu como ponto de partida: dos 11 passageiros deste roteiro 10 pernoitaram aqui depois de chegar em Palmas no dia anterior.
Primeiros quilômetros seguimos pelas amplas avenidas de Palmas:
A jovem capital de Tocantins agora tem população aproximadamente como em Taubaté SP que usufrui, muito provavelmente, o melhor sistema viário urbano do Brasil, capaz de causar inveja até dos moradores de Brasília DF.
Saímos da cidade na direção leste pela BR-010 e logo subimos para planalto, apreciando belas paisagens
De repente mudamos a direção para sul, enfrentando uma estrada de terra, mas foi menos de 20 km, e depois continuamos para leste já pela TO-030. Depois de passar pela pequena cidade
Santa Tereza do Tocantins chegamos a um trevo com rotatória, de onde começou a nossa grande volta pela região: seguimos pela TO-130 na direção sul-sudeste com destino de Ponte Alta do Tocantins. A nossa pousada
Pousada Águas do Jalapão foi encontrada um pouco antes desta cidade, quase na sua periferia. Este trajeto ficou assim:
Reparamos que o serviço "Google Mapas" entre pontos inicial e final recomendava um percurso completamente asfaltado e 7 km mais curto, com possibilidade de economizar uns 10 minutos: saindo de Palmas pela BR-010 para sul, logo entrando na TO-030 e passando pela cidade Taquaruçu (planejada para último dia do nosso roteiro). Creio que os nossos guias tiveram boas razões para escolha da outra opção, nem que seja apenas testar um pouco a tripulação toda fora de asfalto, antes de encarar a pesada programação de tarde.
Bem, a primeira tarefa do dia foi cumprida - da capital tocantinense chegamos ao canto sudoeste da almejada Região de "Grande Jalapão". Depois de 15-20 minutos de descanso na área comum da pousada, com direito aos banheiros e ao serviço de cafeteria, antes das 10h30 já embarcamos para primeira aventura ecológica deste roteiro "Vivências 4/5d".
De Ponte Alta do Tocantins para sul
Nos 7 horas seguintes acabamos rodando até mais do que entre hotel e pousada, agregando outros 200 e tantos km para conta do dia, mas nesta vez já não de forma contínua.
Começamos atravessando a cidade
Ponte Alta do Tocantins, onde de fato passamos por uma ponte de altura apreciável e avistamos mais uma ponte bonita e também alta, ambas sobre o rio xará - Rio Ponte Alta. E por mais 60 km apreciamos o bom asfalto da mesma TO-130 na direção sul. Atravessamos mais uma pequena cidade,
Pindorama do Tocantins, e a TO-130 não acabou por ali, mas o asfalto sim, e a velocidade do avanço ao sul diminuiu muito.
Enfrentamos uma longa subida e uns 20 km ao sul de Pindorama viramos da TO-130 para uma estrada secundária a esquerda, passando por uma porteira: o nosso destino estava dentro de uma área particular de proteção ambiental, parte integrante da fazenda local. E a descida da serra dentro desta fazenda não foi exatamente o melhor trecho das estradas do dia, foi muito bem que passamos por lá em veículos 4x4 de suspensão alta e firme.
Parada para almoço ocorreu já em baixo, nas proximidades do nosso alvo principal. Anotamos que neste trecho houve 3 restaurantes rurais, e veículos das operadoras de turismo, junto com alguns particulares, foram bem distribuídos entre seus estacionamentos.
Sistema "self-service sem balança", com custo já incluído no nosso pacote (só suco pago a parte). A comida foi boa, e o suco natural das frutas da fazenda bem consistente. O próprio local e seus arredores já serviu como primeira atração do dia: Árvores frutíferas, pasto, animais, pássaros... E tudo no meio da densa floresta, muitíssimo verde.
Esta recarga de energias foi providencial e próximas horas passamos literalmente de molho, mas não de forma passiva.
Lagoa do Japonês
Mais 8 km de estrada rural e já paramos no estacionamento deste local (
Lagoa do Japonês).
Não perdemos tempo na portaria: o nosso grupo foi admitido na íntegra sem necessidade de registro individual, e rapidinho chegamos ao procurado espelho da água.
Este lago de água morna e extremamente transparente tem tamanho apreciável, portanto há onde nadar e mergulhar à vontade. Na parte rasa há algumas pedras, e além dela há também boas profundezas, o que explica grande sucesso do serviço de aluguel instalado no ponto de apoio: sapatilhas de borracha e coletes para flutuação foram necessários para desinibir alguns adeptos de turismo ecológico.
Mas não foi bom negócio para quem preferiu ficar parado nesta água cheia de pequenos peixes: eles não hesitaram em beliscar invasores do seu grande aquário. Portanto vamos explorar o pedaço sem parar.
Olhando por baixo de água para longe foi possível ver objetos a dezenas de metros de distância, tudo com fundo azul marinho incrivelmente brilhante. E, ao virar para direita, a menos de 20 metros deste ponto chegamos a um seio da lagoa cercado de rochas verticais e até pendentes sobre água azul, com raízes de árvores que formaram pitorescas cortinas e com algumas grutas convidativas. Nem pensei em levar a câmara fotográfica até lá nadando: o risco de molhar foi muito grande e a capacidade de registrar aquelas impressões extremamente duvidosa. Alguma coisa pode ser notada pela foto vertical que achei no "Google" e coloquei na primeira colagem, mas lá aparece apenas uma parte daquele circo.
Aliás, à noite vi uma foto quase panorâmica deste lugar na parede da área comum da nossa pousada "Águas do Jalapão" em Ponte Alta do Tocantins, mas o ambiente estava escuro e deixei de tirar foto desta parede para manhã seguinte. E nem lembrei disso depois na correria de partida para outro trecho do roteiro. Portanto, agora fiz mais uma pesquisa com palavras chave "Lagoa do Japonês paredões" de pedra" e "Lagoa do Japonês grutas", encontrando mais algumas imagens esclarecedoras:
(imagens de Google Fotos)
No entorno deste lago azul há uma boa área de descanso, com quiosques, mesas e elementos de jardim botânico.
Para quem gosta de brincadeiras aéreas funciona também um teleférico de transporte individual na modalidade "tirolesa". Mas para mim tudo isso não justificou nenhum minuto fora de água além de ida e volta entre estacionamento e este fenômeno natural.
Caminho de volta para pousada
A nossa partida da Lagoa do Japonês na direção da Pedra Furada, que fica já bastante perto da Ponte Alta do Tocantins foi prevista para 15h30. Mas o tempo virou muito rápido, e com eminência de chuva forte acabamos antecipando a retirada em 11 minutos. Isso foi providencial: a chuva não perdoou e complicou bastante as condições de estrada. Não chegamos a usar marcha reduzida e nem a própria tração integral - os nossos jipes subiram bem só com tração traseira, mas percebemos alguns veículos parados pelo caminho. Ocorreu que alguns apenas esperando a nossa passagem para pegar carona e seguir alguém quem não perca caminho mesmo em condições de baixa visibilidade, já que há vários desvios não demarcados, então foi um típico caso de "sinal de GPS perdido".
Por motivos da força maior consideramos possibilidade de seguir direto para pousada e deixar visita à Pedra Furada para outro dia, o que ia reconfigurar toda a programação restante. Mas na passagem pela cidade Pindorama do Tocantins a chuva já diminuiu tanto que foi possível até fazer uma paradinha para esticar as pernas.
E no asfalto as coisas melhoraram ainda mais, a chuva parou um pouco antes que chegamos no trevo da Pedra Furada. Assim, tomamos coragem e enfrentamos mais um ramal sem pavimentação, mas nesta vez mais curto e plano. Entretanto, ao percorrer esses 10 km percebemos que a chuva voltou e na nossa chegada ao estacionamento ganhou mais força ainda. Mas, pelo menos, permitiu ver a referida rocha pelas janelas do carro e conferir a existência nela de inexplicáveis perfurações. Ninguém manifestou vontade de exatamente hoje apreciar pôr-do-sol ao pé da
Pedra Furada e logo retornamos para TO-130.
Graças a esta manobra voltamos para pousada um pouco mais sedo do que foi programado e ganhamos um tempinho para tomar ducha quente e relaxar e antes de jantar. Que foi servido na pousada e seguiu o mesmo modelo de almoço - "self-service sem balança". Mas a escolha bebidas foi bem mais ampla e além dos sucos houve boa variedade de cervejas e drinks. O custo desta festinha foi anotado em fichas dos apartamentos, com compromisso de acertar as contas antes das 22 h: oito horas e meia depois será servido café da manhã e logo partiremos no sentido de Mateiros TO. A chuva parou já na madrugara, mas as conversas dos grandes sapos e das ágeis pererecas, que apareceram à noite na área da pousada, continuaram animadas...
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